O Bitcoin (BTC) enfrenta uma das semanas mais tensas do ano e cai mais de 5% nesta terça-feira (4), muito perto de US$ 100 mil, seu menor valor desde junho. A correção ocorre em meio a fortes vendas de baleias e empresas de tesouraria, aumentando a pressão sobre o mercado e reacendendo o debate sobre o início de um novo ciclo de baixa.
Com isso, o ativo acumula perdas de 8% na semana e 17% no mês, um movimento que representa uma queda de quase 20% em relação ao topo histórico alcançado no início de outubro.
O movimento de queda foi agravado por grandes liquidações. A Sequans Communications, uma das empresas listadas como detentoras institucionais de Bitcoin, anunciou a venda de 970 BTC, o equivalente a US$ 97 milhões, para reduzir sua dívida conversível. A posição total da companhia caiu de 3.234 para 2.264 BTC, com uma diminuição de 50% em sua exposição.
Além disso, o analista Ali Martinez informou que baleias venderam US$ 272 milhões em Bitcoin nas últimas 48 horas, o que acelerou a queda. Segundo ele, essa movimentação representa uma “fase clássica de distribuição” – quando investidores de grande porte realizam lucros após um ciclo de alta.

Baleias começam a vender Bitcoin, aprofundando queda
De acordo com a CryptoQuant, detentores de longo prazo venderam mais de 400 mil BTC no último mês, volume avaliado em US$ 42,3 bilhões. Esses investidores, conhecidos por manter moedas por mais de seis meses, começaram a se desfazer de suas posições logo após o Bitcoin ultrapassar US$ 126 mil.
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A saída de 2% do fornecimento total de BTC para o mercado cria pressão adicional sobre o preço. Mesmo assim, o analista Marty Bent, fundador da TFTC, destacou a resiliência do ativo.
“O Bitcoin absorveu uma liquidação gigantesca sem cair 50%, o que mostra uma base de compradores mais sólida”, afirmou.
Já os investidores de curto prazo, geralmente mais inexperientes, contribuíram para o pânico. Dados da Glassnode mostram que investidores transferiram mais de 26.800 BTC, avaliados em cerca de US$ 3 bilhões. Esse comportamento reforça a capitulação emocional, típica em momentos de forte correção.
Se esse nível for rompido, o próximo suporte psicológico está em US$ 100 mil. Abaixo dele, o próximo piso técnico aparece em US$ 82 mil, na média móvel de 100 semanas. O analista Mike Ermolaev, fundador da OutsetPR, alerta que um fechamento semanal abaixo de US$ 100 mil pode abrir caminho para quedas até US$ 72 mil, o que representaria um declínio de 30% frente aos preços atuais.
O Índice de Força Relativa (RSI) também sinaliza fraqueza. O indicador caiu de 70 para 45 desde julho, mostrando que o impulso de compra perdeu força. Essa divergência baixista costuma anteceder movimentos de correção prolongados.

