Nesta segunda-feira (27), a Strategy anunciou mais uma compra semanal de Bitcoin. De acordo com o seu fundador, Michael Saylor, a empresa comprou 390 BTC na semana passada, pagando US$ 43,4 milhões. O preço médio da compra foi de US$ 111.053 por Bitcoin, elevando as reservas da companhia para 640.808 Bitcoins.
Contudo, houve uma mudança na estratégia de acumulação de Bitcoin da empresa. Antes a Strategy fazia compras agressivas da ordem de pelo menos 1.000 BTC por operação, mas esse movimento perdeu força. Hoje, a companhia tem seu menor nível de compras desde 2021.
No passado, a Strategy chegava a fazer compras de 10.000 BTC por semana, chegando a atingir o pico de 55.500 BTC no final de 2024. Em 2025 esse ritmo diminuiu drasticamente para cerca de 200 BTC por semana.
Compras de Bitcoin mais lentas, mas com a mesma convicção
Em sua análise mais recente, o analista de criptomoedas Maartunn estimou que os gastos da empresa com Bitcoin caíram de bilhões de dólares para apenas US$ 22,1 milhões. Esse foi o valor que a Strategy pagou na sua compra da semana passada, a segunda menor feita este ano.
Apesar da desaceleração, 2025 ainda é o segundo ano com maior investimento em BTC da Strategy. A empresa comprou US$ 19,53 bilhões investidos até o momento, atrás apenas dos US$ 21,76 bilhões de 2024. Ou seja, o ritmo de compras caiu, mas o montante continua elevado.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
De acordo com o site Bitcoin Treasuries, a Strategy detém cerca de 3,2% de todos os Bitcoins em circulação. Quanto leva-se em conta o total de Bitcoins nas mãos de empresas, quase 65% deles está nas mãos da companhia. São 1,048 milhão de BTC nas mãos de empresas, dos quais a Strategy tem mais de 640 mil.
No entanto, as condições de capital mais restritivas começaram a afetar a empresa, com os prêmios de emissão de ações despencando de 208% para apenas 4%, o que tornou a captação de novos recursos mais desafiadora.
Enquanto isso, as ações da MSTR caíram quase 50% em relação à sua máxima histórica, enquanto o próprio Bitcoin é negociado apenas 16% abaixo do seu pico, o que ampliou ainda mais a diferença de desempenho entre os dois ativos.
Apesar disso, o preço das ações da empresa permanece intimamente correlacionado com o Bitcoin, e Maartunn observou que ele frequentemente reflete seus movimentos. Curiosamente, a Strategy continua comprando perto das máximas locais, como a compra mais recente, feita US$ 4.000 abaixo do atual preço do Bitcoin.
Lucros com Bitcoin seguem em alta
Mesmo com a desaceleração do ritmo de acumulação, o lucro não realizado da empresa em Bitcoin ainda é de impressionantes US$ 23,7 bilhões.
“A Strategy não está mais comprando em grande escala – mas ainda está comprando. A convicção de longo prazo permanece, mesmo com o aumento da pressão de financiamento”, disse Maartunn.
Embora as compras tenham diminuído, o cofundador da Strategy, Michael Saylor, permanece firme na ideia de que o Bitcoin está no centro da estratégia de tesouraria corporativa de longo prazo da empresa. Em uma conferência em Praga, o ex-executivo-chefe disse que só há uma maneira de perder – e essa maneira é “não jogar o jogo (do Bitcoin)”.
No Brasil, a OranjeBTC também anunciou uma nova compra de 7 Bitcoins nesta segunda-feira. A empresa pagou US$ 774 mil pela aquisição, um preço médio de US$ 110.613 por Bitcoin. Seu caixa é de 3.708 BTC e o valor total é de US$ 390 milhões, consolidando a empresa como a maior Bitcoin Treasury Company da América Latina.
- Leia também: Desenvolvedores travam embate sobre o futuro do Bitcoin e reacendem temor de fragmentação