Durante a PlanB Conference, em Lugano, na Suíça, que contou com apoio da brasileira SmartPay, o empresário Samson Mow, CEO da Jan3, afirmou que os países não deveriam comprar Bitcoin diretamente. Em vez disso, ele defende que os governos passem a minerar Bitcoin como forma de fortalecer suas economias e reduzir dependências externas.
De acordo com Mow, a mineração é uma estratégia mais inteligente, segura e politicamente viável para construir reservas nacionais em criptomoedas. Ele argumenta que a compra de Bitcoin por governos ainda gera grande resistência política e institucional.
“Um governo comprando Bitcoin com fundos públicos seria visto como algo especulativo. Isso abriria um debate enorme sobre se os Estados deveriam investir em Bitcoin”, afirmou o executivo.
Por outro lado, a mineração transforma energia excedente em valor real, sem a necessidade de aprovação legislativa ou burocrática. Mow lembrou que muitos países possuem grandes volumes de energia ociosa, desperdiçada ou vendida a preços irrisórios.
Durante sua fala, ele destacou o caso do Paraguai, que tem cerca de 4 terawatts-hora de energia excedente por ano.
“Essa energia poderia gerar entre 1.200 e 1.400 Bitcoins anualmente, mas hoje é vendida com prejuízo”, observou. Para ele, essa prática representa uma perda de oportunidade econômica significativa.
Minerar Bitcoin
Mow citou o Butão como exemplo de país que adotou uma postura estratégica e pragmática. O pequeno reino asiático começou a minerar Bitcoin com energia excedente e hoje possui mais de US$ 1 bilhão em reservas.
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“Eles usaram o lucro para construir um novo aeroporto. Isso mostra que a energia gera dinheiro e impulsiona o uso produtivo dos recursos”, afirmou.
O empresário acredita que esse tipo de iniciativa pode mudar a mentalidade de governos em todo o mundo. Quando outros países percebem que podem converter energia em riqueza digital, eles deixam de ver a mineração como algo especulativo e passam a tratá-la como política energética eficiente e sustentável.
Além disso, Mow também comentou sobre os Estados Unidos, que, segundo ele, estão acumulando Bitcoin de forma indireta, através de fundos e ativos apreendidos em investigações.
“O governo dos EUA já possui cerca de US$ 14 bilhões em Bitcoin. Isso mostra que há um movimento silencioso de acumulação”, disse.
Apesar do avanço, o empresário reconhece que existem riscos políticos e jurídicos no processo. “Governos podem confiscar Bitcoins sob justificativas ilegais. Esse é o preço de viver na sociedade moderna”, alertou.
De acordo com ele, a mineração representa o caminho mais equilibrado.
“O método mais inteligente não é gastar dinheiro comprando Bitcoin, mas transformar energia em Bitcoin. Assim, cada país cria sua própria reserva, reduz a dependência de moedas estrangeiras e fortalece sua soberania”, concluiu Mow.


