O Bitcoin (BTC) teve alta de 1,4% nesta quinta-feira (23) e subiu para a região de US$ 109 mil, mas ainda segue lateralizado e com desvalorização no mês de outubro. Com essa valorização, no entanto, a perda teve uma leve queda e chegou a 4% no acumulado do mês, o que ainda faz desse o pior “Uptober” desde 2014.
Pelo lado positivo, todas as criptomoedas abriram o dia em alta. A BNB se valorizou 3,7% e superou US$ 1.100, enquanto a Solana (SOL) teve alta de 2,6%. Já o preço do Ethereum (ETH) subiu 1,3%. Nenhuma criptomoeda do Top 10 abriu em queda nesta manhã.
E no Top 100 as valorizações também predominaram, com destaque ficou mais uma vez com a COAI. O token com foco em inteligência artificial (IA) disparou 61% e acumula alta de 100% em apenas 24 horas. Já outros tokens do setor tiveram queda, como o Story (IP), que caiu 3%. A Zcash (ZEC) perdeu 12,3% e liderou as desvalorizações do dia.
“No curto prazo, o mercado deve seguir lateralizado, com expectativa de volatilidade baixa e range do Bitcoin limitado entre US$ 105.000 a US$ 113.000, podendo ganhar impulso em caso de decisão favorável sobre ETFs ou mudanças no cenário macro global”, disse Guilherme Prado, country manager da Bitget.
O Bitcoin subiu quase 2% nas últimas 24 horas, voltando a superar US$ 109.500, com a posição dos traders antes do importante relatório de inflação dos EUA. A divulgação do relatório ocorrerá na sexta-feira (24), mesmo com a paralisação do governo americano em andamento.
Dados de inflação em atraso
Por outro lado, a gestora de ativos VanEck refutou a tese de que o preço do Bitcoin entrou em um ciclo de baixa. De acordo com os analistas, a liquidez global sugere que a criptomoeda segue com seu ciclo tradicional intacto.
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Desde que o governo dos EUA entrou em “shutdown” no dia 1 de outubro, a maioria dos comunicados econômicos oficiais está suspensa. Ou seja, muitos dados sobre a economia, crescimento do PIB e a produtividade do país ainda não vieram a público.
Nesta sexta-feira, o índice de preços ao consumidor (CPI) é o único dado importante para orientar os mercados. E a expectativa dos investidores de Bitcoin é que o CPI registre queda.
“O único dado relevante esta semana é o IPC de sexta-feira, o único comunicado que o Fed verá antes da retomada da retórica política monetária”, escreveram analistas da QCP Capital em um relatório de quinta-feira.
De acordo com a QCP, uma leitura mais fraca do CPI poderia reancorar a narrativa de “pouso suave” e impulsionar uma nova alta para o Bitcoin.
“Um IPC de 0,2% poderia reancorar a narrativa de pouso suave e sustentar a tendência de alta do Bitcoin (BTC-USD)”, disse a QCP.
Por outro lado, uma inflação acima do esperado pode reforçar o sentimento de queda e jogar mais volatilidade no Bitcoin, causando novas correções. O banco Standard Chartered afirma que o preço do BTC pode cair abaixo de US$ 100 mil neste final de semana, caso tal cenário de inflação mais alta se concretize.
Ciclo de baixa não ocorrerá agora
Por fim, a VanEck aponta que o crescimento global do M2 explica mais da metade da variação do preço do Bitcoin, reforçando seu papel como um ativo anti-impressão de dinheiro. Só que ao contrário de outros investidores, a gestora afirma que o Bitcoin ainda não terminou seu ciclo.
De acordo com o site MacroMicro, a oferta global de M2 cresceu 6,8% desde o início do ano, à medida que os bancos centrais continuam imprimindo dinheiro. O relatório identificou dois fatores, além da oferta de M2, que influenciam o preço do Bitcoin e os movimentos de mercado: alavancagem e atividade on-chain.
Nesse sentido, quase 73% da variação do preço do Bitcoin desde outubro de 2020 foi explicada por mudanças nos contratos futuros em aberto, enquanto há fortes correlações entre as receitas de blockchain e os preços dos tokens, o que demonstra uma adoção real.
A gestora de investimentos afirmou que não está disposta a apostar contra o Bitcoin, com a desvalorização das moedas fiduciárias se acelerando nos últimos anos.
“Com o Bitcoin representando cerca de 2% da oferta monetária global, acreditamos que os ativos digitais podem desempenhar um papel cada vez mais importante em carteiras de investimento; pode-se argumentar que possuir menos de cerca de 2% de Bitcoin ou outros ativos digitais expressa implicitamente uma posição vendida na classe de ativos”, disse a VanEck.
