A Coinbase anunciou nesta sexta-feira, 10, que lançará ainda este ano sua nova carteira de autocustódia, chamada Base App. O projeto foi revelado pelo CEO Brian Armstrong, que descreveu a iniciativa como um passo decisivo para oferecer aos usuários controle total sobre seus ativos digitais, sem depender de intermediários.
Com a nova aplicação, a Coinbase pretende competir diretamente com soluções populares como MetaMask e Trust Wallet, mas com um diferencial importante: integração direta com o ecossistema da própria exchange. Armstrong afirmou que a Base App será aberta a todos os usuários e que uma lista de espera já está disponível.
Ele também garantiu que todas as funções da atual Coinbase Wallet estarão disponíveis na nova plataforma, o que deve facilitar a migração e atrair a base já existente de milhões de usuários.
A iniciativa surge como parte da estratégia da empresa de criar um aplicativo completo para o universo cripto, reunindo em um só lugar ferramentas de transação, armazenamento e investimento. Conforme o anúncio oficial, a Base App oferecerá infraestrutura de nível institucional, com gerenciamento de chaves aprimorado e autenticação reforçada, mantendo a filosofia de autocustódia e privacidade dos usuários.
Esse lançamento também se conecta ao Embedded Wallets SDK, um kit de desenvolvimento lançado em julho pela Coinbase para criadores de aplicativos Web3. O recurso permite que desenvolvedores integrem carteiras de autocustódia diretamente em seus apps, sem depender de terceiros. Entre as funções oferecidas estão conversão de moedas fiduciárias, trocas de tokens e geração automática de rendimentos — recursos que estarão disponíveis também na Base App.
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Carteira da Coinbase
De acordo com a Coinbase, o Embedded Wallets SDK e a Base App compartilham a mesma infraestrutura. A empresa explica que, enquanto ela cuida da parte legal e da custódia, os desenvolvedores mantêm controle total sobre a experiência do usuário.
O movimento da Coinbase ocorre em meio a mudanças regulatórias significativas nos Estados Unidos. Recentemente, o governo aprovou o CLARITY Act, que garante o direito à autocustódia de criptoativos, permitindo que investidores controlem diretamente suas carteiras. Armstrong comemorou a medida, mas criticou novos projetos de lei que buscam impor exigências de KYC para carteiras não custodiadas.
De acordo com ele, isso poderia sufocar a inovação no setor DeFi.
“É uma proposta ruim, simples assim. Isso atrasaria a inovação e impediria os EUA de se tornarem o centro global das criptomoedas”, afirmou Armstrong, defendendo um diálogo mais aberto com o Congresso.
A Coinbase também busca expandir sua atuação institucional com a solicitação de uma licença nacional de truste. A aprovação permitirá à empresa ampliar seus serviços de custódia e pagamentos. Assim, criando um elo mais sólido entre o sistema financeiro tradicional e o mercado cripto.