O Bitcoin voltou a romper a barreira dos US$ 120.000 nesta quinta-feira (2), alcançando um patamar inédito desde meados de agosto. O movimento de alta ganha força adicional com um novo e ousado prognóstico do JP Morgan. De acordo com análise do banco norte-americano, o ativo pode chegar ao final do ano valendo US$ 165.000.
O volume total de apostas em contratos futuros de Bitcoin – um indicador conhecido como “open interest” – atingiu a marca recorde de US$ 32,6 bilhões. Isso significa que uma quantidade extraordinária de dinheiro está aplicada em apostas sobre para onde o preço do Bitcoin irá a seguir. Esse recorde é visto como um sinal de confiança e de forte interesse dos investidores.
Dentro desse mercado, no entanto, nem todos estão torcendo pela alta. Analistas observam que, ao mesmo tempo, há um número significativo de traders fazendo apostas contra o Bitcoin (conhecidas como “short” ou vendidas), esperando que o preço caia.
Esse cenário cria uma situação de risco: se o preço continuar subindo, essas apostas contra a moeda começam a dar prejuízo. Para limitar suas perdas, esses investidores são forçados a comprar Bitcoin de volta no mercado, em um efeito dominó que joga o preço ainda mais para cima. Esse fenômeno é chamado de “short squeeze” (ou “compressão dos vendidos”) e pode acelerar uma alta de forma explosiva.
JP Morgan: Bitcoin subvalorizado
No mesmo dia que o Bitcoin volta aos US$ 120 mil, os estrategistas do JP Morgan apresentaram uma tese que reforça o entusiasmo em torno do BTC. O grupo argumenta que o Bitcoin está significativamente subvalorizado em relação ao ouro em uma base ajustada pela volatilidade.
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De acordo com a análise, a relação de volatilidade Bitcoin-ouro caiu para abaixo de 2,0. Dessa forma, o BTC consome agora cerca de 1,85 vezes mais capital de risco do que o metal amarelo. Com base nesse novo patamar, a capitalização de mercado atual do Bitcoin, de aproximadamente US$ 2,3 trilhões, precisaria subir 42% para se equiparar aos cerca de US$ 6 trilhões de investimento privado em ouro (via ETFs, barras e moedas).
“Este exercício mecânico, portanto, poderia implicar um potencial de alta significativo para o Bitcoin”, escreveram os analistas, chegando ao preço-alvo implícito de US$ 165.000.
O banco atribui essa movimentação ao que chama de “comércio contra a desvalorização” (debasement trade), uma demanda crescente por reservas de valor alternativas. Investidores de varejo têm liderado esse movimento, com entradas maciças em ETFs de Bitcoin e ouro desde o final de 2024. Entre os catalisadores estão as preocupações com déficits governamentais, inflação, riscos geopolíticos e a desvalorização de moedas fiduciárias.
Cenário macro e expectativas com ETFs
No front macroeconômico, os traders estão de olho na próxima reunião do Federal Reserve (Fed), marcada para o final deste mês. A paralisação do governo dos EUA, no entanto, adiciona uma camada de incerteza, pois interrompeu a análise de pedidos de ETFs – inclusive os de altcoins – e pode impedir a divulgação de dados econômicos cruciais, como o relatório de empregos.
Enquanto a SEC confirmou que não analisará nenhuma solicitação durante a paralisação, prazos importantes para ETFs de Litecoin e outras altcoins se aproximam. O fim de outubro era uma data-chave para muitos desses pedidos, e a paralisação pegou o mercado de surpresa. Agora, o apetite reprimido por altcoins pode estar migrando diretamente para o Bitcoin.
Com a convergência de um mercado de derivativos superaquecido, uma projeção otimista de um dos maiores bancos do mundo e um cenário macro que continua a favorecer ativos não correlacionados, o Bitcoin se prepara para uma reta final de 2025 potencialmente explosiva.