A Starknet confirmou, nesta terça-feira (30) o lançamento de seu ecossistema de BTCFi, que permitirá a realização de staking de Bitcoin em sua rede Layer 2, sem abrir mão da autocustódia. Além disso, o projeto conta com 100 milhões de tokens STRK em incentivos e uma estratégia de rendimento institucional planejada pela gestora Re7 Capital.
O funcionamento da proposta se apoia em versões tokenizadas de BTC, como WBTC, tBTC, Liquid Bitcoin e SolvBTC, que podem ser delegadas na rede Starknet. Esses ativos agora participam do consenso do protocolo ao lado do STRK, após aprovação em votação on-chain realizada em agosto. Todo o processo é protegido por criptografia zk-STARK, tecnologia que garante segurança até contra ameaças de computação quântica.
Com essa iniciativa, os detentores de BTC podem gerar rendimento ao mesmo tempo em que ajudam a reforçar a segurança de uma rede descentralizada. O mecanismo não altera o funcionamento do proof-of-work da camada base do Bitcoin, mas amplia seu alcance. Para a Starknet, essa é a primeira forma trustless de realizar staking com Bitcoin em uma Layer 2.
O cofundador e CEO da StarkWare, Eli Ben-Sasson, celebrou o lançamento como a realização de uma visão antiga.
“No ano passado, eu disse que a Starknet libertaria o poder do Bitcoin. Hoje, cumprimos essa promessa, trazendo valor real aos detentores de BTC sem perda de confiança”, afirmou.
Ele destacou ainda a convergência entre a tecnologia ZK e a visão original de Satoshi Nakamoto, ao unir descentralização, consenso e geração de rendimento.
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Starknet staking de Bitcoin
A Starknet Foundation vai destinar 100 milhões de STRK — equivalentes a cerca de US$ 12 milhões — para fomentar o novo ecossistema. Os recursos devem impulsionar o uso de BTC como colateral, estimulando empréstimos e ampliando as estratégias de rendimento dentro da rede.
“O Bitcoin é o melhor tipo de colateral. Quero que você possa emprestar contra ele e investir o que conseguiu captar”, disse Ben-Sasson.
Paralelamente, a Re7 Capital confirmou que lançará em outubro uma estratégia de rendimento atrelada ao Bitcoin dentro da Starknet. O produto vai combinar negociação de derivativos fora da cadeia, estratégias selecionadas de DeFi e participação direta no staking. Apesar de seguir padrões institucionais, a proposta será disponibilizada também em formato tokenizado, permitindo acesso a investidores de diferentes perfis.
O fundador da Re7, Evgeny Gokhberg, explicou que o objetivo é ampliar a base de BTC de forma sustentável e segura, ao mesmo tempo em que fortalece a segurança da Starknet. Ben-Sasson completou dizendo que a entrada da Re7 representa um “claro sinal da promessa da rede”.
Assim, a chegada do BTCFi à Starknet marca uma virada estratégica. Desde 2024, a rede já havia sinalizado planos de ir além do Ethereum e integrar o Bitcoin em sua proposta de longo prazo. O objetivo declarado é transformar a Starknet em uma camada de execução do Bitcoin, capaz de resolver limitações de escala e ampliar a utilidade do ativo no dia a dia.
Ben-Sasson reforçou essa visão em declarações recentes. Para ele, o Bitcoin, apesar de seu impacto como reserva de valor, ainda não cumpriu a promessa de liberdade financeira em escala global.
“Se cada pessoa tentasse comprar um café com bitcoin, isso seria inviável pelas limitações de escala. Precisamos resolver esse problema e permitir que o BTC trabalhe para seus detentores”, disse.