As stablecoins alcançaram uma relevância histórica na economia dos Estados Unidos e já representarem o equivalente a 10% de toda a base monetária dos EUA. Esse avanço marca um momento decisivo para o setor financeiro, com especialistas apontando que esse mercado pode chegar a US$ 2,5 trilhões até 2028, contra os atuais US$ 290 bilhões.
O analista e investidor Regan Bozman, sócio do fundo Lattice, afirma que “as stablecoins estão comendo o mundo”. Para ele, esse crescimento mostra apenas o início de uma curva de adoção que tende a acelerar, impulsionada pela Lei GENIUS, aprovada recentemente nos Estados Unidos. Essa legislação estabeleceu regras claras para emissão e negociação desses ativos, dando segurança para emissores e usuários.
Embora os números nos Estados Unidos sejam impressionantes, o uso de stablecoins cresce de forma ainda mais acelerada em economias emergentes. Em países como Venezuela e Bolívia, elas se tornaram alternativas à escassez de dólares físicos e à instabilidade das moedas locais.
No México, as stablecoins já representam 36% de todas as compras de criptomoedas em 2025, muito impulsionadas pelo mercado de remessas. Na Colômbia, a situação é semelhante. O analista Mauricio Tovar explica que restrições do Banco Central ao uso de contas em dólares fazem das stablecoins uma das únicas alternativas para poupança segura em moeda forte.
Tovar destaca ainda que essas criptomoedas podem competir com o setor de remessas, que cobra até 5% de taxa por envio, além de um imposto de 1% em transferências feitas a partir dos Estados Unidos.
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Impactos das stablecoins na economia dos EUA
Assim, o crescimento desse setor também fortalece o próprio dólar. Isso porque empresas emissoras, como Circle e Tether, aplicam grande parte das reservas em títulos do Tesouro dos EUA. Hoje, a Tether já acumula mais de US$ 120 bilhões em Treasuries, superando a própria Alemanha, que detém US$ 111 bilhões. O analista Willy Woo prevê que, caso o Bitcoin chegue a US$ 1 milhão, a Tether poderá se tornar o maior comprador individual da dívida americana.
Além disso, a liquidez das stablecoins nas corretoras de criptomoedas globais também dispara. A Binance, maior corretora do mundo, reportou US$ 45 bilhões em reservas desses ativos apenas em 2025. Na rede Ethereum, o total armazenado em stablecoins já soma US$ 65 bilhões, alta de 74% em relação a 2022, segundo a CryptoQuant.