A rede Monero voltou a enfrentar sérios problemas de segurança. Em 14 de setembro, a comunidade do projeto relatou um ataque que resultou na reorganização de 18 blocos da blockchain, entre as alturas 3.499.659 e 3.499.676. O episódio, considerado a maior alteração no registro da rede desde o início de uma série de ataques em julho, foi atribuído ao pool de mineração Qubic, já acusado anteriormente de utilizar estratégias de mineração egoísta.
O impacto do ataque foi imediato. A reorganização invalidou 117 transações confirmadas e as tornou ineficazes. Na prática, os pagamentos voltaram ao estágio anterior e exigiram reenvio para validação. Esse tipo de falha equivale, no mundo tradicional, a uma alteração forçada em registros contábeis, o que compromete temporariamente a confiança dos usuários na rede.
O Monero, conhecido por seu foco em privacidade e anonimato, já havia sofrido incidentes semelhantes em meses anteriores, mas nunca em uma escala tão significativa. O ataque reabriu discussões sobre os riscos de centralização do poder computacional em pools específicos e sobre a necessidade de reforço nos mecanismos de defesa contra reorganizações de blocos.
A mineração egoísta, nesse caso, consiste em reter blocos encontrados para obter vantagens indevidas, o que gera instabilidade e pode afetar diretamente a validade das transações.
Monero sofre novo ataque
Apesar da gravidade do episódio, o preço do Monero contrariou expectativas. Em situações anteriores, reorganizações semelhantes derrubaram o valor do ativo no mercado. Desta vez, no entanto, o XMR registrou uma alta de quase 6% em 24 horas, passando de US$ 287 para US$ 306, segundo dados da CoinMarketCap. O comportamento sugere que investidores interpretaram o ataque como um evento contornável ou que o mercado continua sustentado por fatores externos de liquidez.
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Analistas destacam que, embora o valor do token tenha resistido, o incidente expõe fragilidades importantes. Uma rede que depende da confiança em sua imutabilidade não pode permitir que transações confirmadas sejam revogadas e invalidadas. Para especialistas, cada nova reorganização amplia a percepção de risco e pode afetar a adoção institucional de ativos focados em privacidade.
Além disso, o caso também levanta alertas sobre o papel do pool Qubic, apontado como responsável por ataques desde julho. A concentração de poder de mineração em poucas entidades aumenta o risco de explorações coordenadas, algo que contraria o princípio de descentralização das criptomoedas. A comunidade agora pressiona por mudanças que reduzam a vulnerabilidade do Monero a esse tipo de exploração.