O Méliuz, plataforma brasileira de cashback e serviços financeiros, anunciou planos ambiciosos para se consolidar como uma das principais empresas de Bitcoin no mercado global. Durante sua participação no Rio Innovation Week 2025, Diego Kolling, diretor de estratégia da empresa, detalhou um plano em três fases: aquisição massiva de Bitcoin, listagem nos EUA e, finalmente, a transformação em um banco de Bitcoin.
A primeira fase, já em andamento, consiste na compra de 600 Bitcoins — até o momento, a empresa adquiriu 595,7 BTC, equivalentes a R$ 374 milhões. O movimento segue o modelo da Strategy, empresa norte-americana que acumula Bitcoin como reserva de valor.
Méliuz quer virar Banco de Bitcoin
A segunda etapa prevê a listagem da empresa no mercado americano, ampliando seu acesso a investidores globais. Por fim, a terceira fase consiste em se tornar um Bitcoin bank, oferecendo serviços financeiros baseados na criptomoeda.
“Poderemos fazer o que o J.P. Morgan faz em dólar, só que em Bitcoin”, afirmou Kolling.
Kolling argumenta que o Bitcoin será visto no futuro como uma forma de dinheiro superior ao atual, drenando o valor de outras classes de ativos. Para ele, o Bitcoin deve substituir ativos como imóveis na função de poupança, já que sua escassez e descentralização o tornam mais eficiente como reserva de valor. Ele ainda apontou para a política monetária brasileira, destacando que a impressão descontrolada de reais reduz o poder de compra.
“Enquanto nosso caixa estava em Tesouro Direto, tinha que pagar 34% de imposto sobre o que rendia. Ficávamos com 70% do CDI. Mas o pior é que a inflação real da qual deveríamos nos proteger não é a do IBGE, mas a velocidade com que o próprio real é impresso, que está perto de 20% ao ano.”
Crédito para holders
Além da estratégia de tesouraria, o Méliuz planeja, no longo prazo, oferecer serviços como empréstimos em Bitcoin, operando em uma plataforma descentralizada. A empresa também criou uma nova métrica, o Bitcoin yield, que mede a quantidade de satoshis (a menor fração do Bitcoin) que um investidor adquire indiretamente ao comprar suas ações. “Hoje temos 527 satoshis por ação, número que aumentou dez vezes desde o primeiro trimestre”, afirmou Kolling.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Apesar da mudança de foco, a empresa manterá sua operação tradicional, garantindo fluxo de caixa mesmo em períodos de queda do Bitcoin. Com 41 milhões de clientes, o Méliuz pode estar inaugurando uma nova era para o mercado de criptomoedas no Brasil.