O preço do Bitcoin (BTC), que abriu o dia a US$ 109 mil, recuou e chegou a valer US$ 107 mil durante tarde desta segunda-feira (7), apagando os ganhos do fim de semana. A queda ocorre em meio ao anúncio de novas tarifas comerciais pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afetam diretamente membros do BRICS – incluindo o Brasil – e outros 13 parceiros comerciais.
Nesta segunda-feira, em cartas enviadas aos líderes de 14 nações, Trump estabeleceu alíquotas específicas para cada país. Dessa forma, ele manteve o discurso belicoso que inaugural em fevereiro, quando anunciou a política tarifárias.
Japão e Coreia do Sul, por exemplo, foram alvo de tarifas de 25%, enquanto a África do Sul, membro do BRICS, recebeu uma taxa de 30%. Casos mais extremos como Laos e Myanmar enfrentarão tarifas de 40% sobre seus produtos.
Ameaças contra o Brasil
O Brasil não está nesta leva inicial de anúncios formais. Contudo, permanece sob ameaça de tarifas de 10% sobre produtos em geral e 50% especificamente sobre o aço. O governo brasileiro, que vinha negociando a redução de taxas sobre etanol e açúcar em troca de contrapartidas comerciais, ainda aguarda uma resposta definitiva da Casa Branca.
No domingo (6), ele ameaçou retaliações contra países que seguirem políticas do BRICS, bloco que inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. As ameaças ocorrem durante o encontro dos BRICS, que está sendo realizado no Brasil. Segundo analistas, há risco de o país ficar de fora dos acordos comerciais que serão anunciados pela Casa Branca.
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A escalada protecionista de Trump tem abalado a confiança em ativos de risco, como Bitcoin. O BTC caiu para US$ 107, antes de voltar a subir novamente para os US$ 108 mil, enquanto Ethereum (ETH) e Solana (SOL) recuaram cerca de 1%.
Dentre as maiores criptomoedas, apenas XRP teve desempenho positivo, possivelmente por seu uso em transações internacionais — um setor que pode se beneficiar de disputas cambiais.
Bitcoin sob pressão
Analistas destacam que o Bitcoin, muitas vezes visto como “ouro digital”, ainda não está sendo tratado como refúgio nessa crise. Entretanto, vale destacar que a queda experimentada pelo BTC é menor do que à sofrida pelos principais índices de bolsas de valores dos Estados Unidos.
No mercado financeiro, o S&P 500 e Nasdaq, por exemplo, perderam 1% somente nesta segunda-feira. Enquanto isso, os juros dos títulos do Tesouro americano subiram para 4,4%.
Se as tarifas contra o Brasil e demais BRICS se concretizarem, o real brasileiro, que vem acumulando ganhos nas últimas semanas, pode se desvalorizar em relação ao dólar, pressionando ainda mais o preço do Bitcoin para investidores brasileiros. Além disso, o adiamento dos acordos comerciais para agosto prolonga a incerteza regulatória, o que deve implicar em mais volatilidade no setor de criptomoedas.