Em meio à crescente intensificação das tensões políticas no Oriente Médio, os fundos de criptomoedas, sobretudo os ETFs de Bitcoin, tiveram mais uma semana de desempenho notável. Entre os dias 9 e 13 de maio, investidores institucionais aportaram mais de US$ 1,9 bilhão na classe de ativos, elevando total investido para US$ 13,2 bilhões, o maior volume da série histórica.
Os dados foram divulgados no relatório da CoinShares desta segunda-feira (16) e trazem mais alguns dados interessantes. Após experimentar semanas de saídas significativas, os ETF de Bitcoin à vista voltaram a atrair os interesses dos investidores do mercado financeiro.
Durante a segunda semana de junho, foram investidos mais de US$ 1,3 bilhão em produtos ligados ao Bitcoin. Uma recuperação importante do ativo que começou a cair de preço a partir da segunda-feira (9) passada e cujos produtos negociados em bolsa vinham de semanas encerrando no negativo.
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Guerra pode impulsionar buscas por ETFs de Bitcoin
O relatório da CoinShares não explica, no entanto, os motivos de atração dos investidores aos produtos negociados em bolsa de Bitcoin. Vale destacar, contudo, que a semana passada ficou marcada pelos dados da inflação nos EUA abaixo do esperado por analistas.
Com isso, na primeira metade da semana, o preço do Bitcoin se manteve dentro da faixa de US$ 108 mil a 110 mil.
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Entretanto, um evento inesperado derrubou o preço do Bitcoin para US$ 104 mil: o ataque de Israel ao Irã. A notícia de que uma guerra poderia iniciar entre os dois estados mais militarizados do Oriente Médio pegou o mercado de surpresa.
Assim, muitos investidores decidiram rever suas posições, o que pode ter puxado o Bitcoin para baixo. Dessa forma, outros investidores viram na queda do Bitcoin uma oportunidade para comprar o ativo, restabelecendo o preço de US$ 107 mil.
Vale destacar que, em contextos de guerra, o Bitcoin tende a se valorizar no curto prazo, como aconteceu após a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Na ocasião, o Bitcoin foi de US$ 36 mil no começo de fevereiro para a máxima de US$ 47 mil ao fim de março. Porém, após os EUA anunciarem o primeiro aumento da taxa de juros desde 2018, o preço do Bitcoin entrou em queda livre.
Disputa em torno dos juros
Atualmente, as taxas de juros não são obstáculos para o Bitcoin, pelo contrário. O próprio Presidente Trump é um crítico feroz das taxas de juros e defende a redução imediata delas. Inclusive, estuda um nome alinhado a sua perspectiva para substituir o atual presidente do FED, Jerome Powell.
Resta saber, entretanto, se a atual tendência de alta vai continuar na medida em que o conflito escala e o Irã ataca cidades israelenses. Até o momento, o Bitcoin opera em alta de 1,8% nas últimas 24 horas, indicando que a ordem de compra está na pauta dos investidores.
Além do Bitcoin, os produtos de Ethereum também se destacaram na semana passada. Isso porque, foram registradas entradas de mais de US$ 583 milhões em produtos de Ethereum, o maior volume registrado em uma semana desde fevereiro.