A disputa pelo controle de produtos cripto associados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se intensificou nesta semana após o anúncio da “TRUMP Wallet”, aplicativo anunciado por uma empresa ligada ao aliado político Bill Zanker, sem o conhecimento da Trump Organization.
O projeto é promovido pela empresa Fight Fight Fight em parceria com o marketplace Magic Eden. As partes divulgaram a iniciativa como “a primeira e única carteira cripto para verdadeiros fãs de Trump”. O aplicativo teria como principal função armazenar e permitir negociações com a memecoin TRUMP, além de outros ativos digitais.
Logo após o anúncio, filhos de Trump negaram ter conhecimento da carteira. Além disso, Donald Trump Jr. afirmou publicamente que o projeto oficial da família está em desenvolvimento com a empresa World Liberty Financial (WLF).
- Leia também: Polymarket fecha parceria inédita com X de Elon Musk
Disputa envolvendo Trump e criptomoedas
A WLF, por sua vez, enviou uma notificação extrajudicial para a Fight Fight Fight e para a Magic Eden, conforme noticiou a Bloomberg. Na notificação, a empresa exige que ambas cessem o uso do nome Trump.
A polêmica foi agravada por inconsistências na presença digital da carteira anunciada, cujo site oscilou entre online e offline, enquanto a conta oficial no X (antigo Twitter) foi suspensa.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
No centro da disputa está o controle sobre a imagem de Trump no setor cripto, que tem atraído atenção crescente desde que o presidente passou a apoiar o mercado. A moeda TRUMP, lançada em janeiro por Fight Fight Fight e CIC Digital LLC, já gerou mais de US$ 300 milhões em taxas. Atualmente, as empresas detêm 80% do fornecimento do token, avaliado em cerca de US$ 1,7 bilhão.
Em paralelo, a World Liberty Financial afirma ter arrecadado cerca de US$ 550 milhões em vendas de tokens desde seu lançamento em 2023. A empresa também lançou a stablecoin USD1, com valor de mercado atual de US$ 2,2 bilhões.
De acordo com documentos públicos, uma empresa afiliada à família Trump recebe 75% da receita líquida do projeto com a WLF. Enquanto isso, 60% da WLF é controlada pela DT Marks DeFi LLC, pertencente ao clã Trump.
A entrada de Trump no universo cripto foi articulada por Zanker, que sugeriu o uso da imagem do ex-presidente em NFTs. Desde então, o grupo lançou quatro coleções de tokens não fungíveis e promoveu eventos presenciais com apoiadores, em parceria com a Magic Eden.
