O Bitcoin (BTC) tentou se consolidar acima dos US$ 106 mil, mas novamente falhou e abriu em queda de 1% nesta quinta-feira (05). De acordo com o CoinGecko, a criptomoeda abriu o dia valendo exatamente US$ 104.667.
Esse resultado mostra que a fase de consolidação ainda deve perdurar mais um tempo, assim como ocorreu no início do ano. Já o Top 10 abriu o dia em baixa: a Dogecoin (DOGE) caiu 3,4% e a XRP teve perdas de 2,6%.
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, reforça a tese da fase de consolidação. De acordo com o analista, embora o preço do Bitcoin não consiga romper US$ 106 mil, ele segue mantendo-se acima da marca dos US$ 104 mil. As tensões comerciais entre EUA e China voltaram ao radar após o anúncio de Trump sobre novas tarifas sobre aço e alumínio.
“Nesse contexto, o BTC manteve seu papel de proteção, mas com menor ímpeto comprador no curto prazo. Um dos destaques foi a saída de US$ 267,5 milhões dos ETFs de Bitcoin no dia 2 de junho, sinalizando maior cautela por parte dos investidores institucionais”, afirmou Prado.
No lado técnico, o ativo encontra suporte entre US$ 103 mil e US$ 104 mil, com resistência importante em US$ 106 mil. A atividade on-chain aponta aumento de 15% nos endereços ativos e queda nas reservas de Bitcoin nas exchanges. Ou seja, sinais de acumulação e menor pressão vendedora.
“Um rompimento consistente acima de US$ 106 mil pode levar o BTC de volta à região de US$ 110 mil a US$ 112 mil, enquanto a perda dos US$ 103 mil pode abrir espaço para uma correção até US$ 100 mil ou US$ 97.600”, disse Prado.
Ciclo mais “chato” do Bitcoin
Além de Prado, analistas da Swan também notaram mudanças neste ciclo pós-halving. “Algo estranho está acontecendo com este ciclo do Bitcoin”, disseram analistas da empresa nesta quinta-feira (05).
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Nos halvings anteriores, o ano pós corte na emissão é o traz a maior tendência de alta. Isso significa que o preço do Bitcoin deveria estar mais elevado, sobretudo com empresas comprando mais BTC do que nunca. Só que para os analistas, o preço do ativo está “entediando as pessoas”.
Embora o Bitcoin normalmente experimente um crescimento explosivo em seu “terceiro ano verde”, 2025 viu movimentos mais moderados com negociações laterais. No entanto, isso não sinaliza uma quebra do ciclo de alta, mas sim uma mudança no seu padrão.
Sob a superfície, “uma mudança massiva está acontecendo”, disseram eles, acrescentando que alguns detentores de longa data estão vendendo BTC acima de US$ 100 mil. Essas vendas são um diferencial, já que normalmente não aconteciam nos ciclos anteriores.
Ainda assim, há novos compradores, como BlackRock, Fidelity, empresas de tesouraria de Bitcoin e empresas construindo posições estratégicas de longo prazo. E a Swan aponta que “eles não estão aqui para vender”.
“Pessoas menos comprometidas com o longo prazo estão saindo… e uma nova classe de investidores está entrando”, disse Michael Saylor.
Tal mudança de comportamento pode atrasar o ciclo de alta, mas causar um verdadeiro choque de oferta quando o varejo finalmente quiser comprar.
Mudança de rotação no ciclo do Bitcoin
Isso representa uma “rotação do Bitcoin indo para mãos mais fortes”, de especuladores individuais para investidores institucionais que veem o Bitcoin como um ativo permanente no balanço patrimonial.
Os analistas também destacaram uma transferência de riqueza geracional, com a geração Y entrando nos anos de pico de ganhos e escolhendo o Bitcoin em vez de ativos tradicionais.
Combinado com sinais macroeconômicos preocupantes, como o enfraquecimento do dólar em meio à alta dos rendimentos dos títulos, isso cria condições para um potencial movimento explosivo de preços à medida que a oferta negociável diminui.
“Então, se você está vendendo agora, entenda o seguinte: você provavelmente está entregando seu Bitcoin a uma instituição ou entidade que planeja mantê-lo indefinidamente“, disse a Swan.
