Uma pesquisa realizada pela Fireblocks e divulgada nesta sexta (16), revelou que 90% das instituições financeiras já utilizam ou estão se preparando para adotar stablecoins. De acordo com a empresa, a pesquisa entrevistou 29 executivos de bancos, fintechs e processadoras de pagamentos, que sinalizaram um forte movimento em direção aos ativos digitais atrelados ao dólar.
O estudo também revelou que 49% dos entrevistados já utilizam stablecoins para processamento de pagamentos. Além disso, 23% estão conduzindo programas piloto e 18% ainda estão na fase de planejamento. Além disso, os dados apontam que apenas 10% das instituições permanecem indecisas quanto ao uso de stablecoins.
De acordo com o relatório, a adoção destas criptomoedas reflete uma corrida por relevância no setor financeiro, que busca acompanhar as demandas dos consumidores e modernizar fluxos de pagamento. A pesquisa identificou que 58% dos bancos tradicionais já utilizam stablecoins especificamente para transferências internacionais. Enquanto isso, 28% as aceitam para pagamentos recebidos.
Além disso, uma parcela menor utiliza stablecoins para gestão de liquidez (12%), liquidação de pagamentos comerciais (9%) e faturamento entre empresas (9%). As instituições financeiras enxergam nesses ativos digitais uma alternativa viável para substituir sistemas de pagamento transfronteiriços obsoletos e custosos.
O relatório destaca ainda que as stablecoins representam uma ferramenta essencial para evitar a obsolescência, sobretudo em um ambiente financeiro cada vez mais digital. Além disso, o uso desses ativos permite às instituições financeiras reduzir o tempo de liquidação, melhorar a transparência e aprimorar a gestão de liquidez, mantendo a integração com operações de tesouraria já existentes.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Stablecoins: vantagens e desafios na adoção
Para os entrevistados, a vantagem mais citada das stablecoins foi o tempo de liquidação. Assim, para 48% das instituições, o tempo de liquidação mais rápido das moedas estáveis é seu principal ponto. Outros benefícios incluem transparência, melhor gestão de fluxo de pagamento, segurança e redução de custos operacionais.
O relatório destaca ainda que as moedas digitais estáveis oferecem um caminho menos complexo para a modernização bancária. De acordo com os entrevistados, essas moedas mantêm compatibilidade com as estruturas financeiras tradicionais. Desse modo, permite aos bancos manterem sua infraestrutura enquanto aproveitam as inovações tecnológicas.
Ran Goldi, vice-presidente sênior de pagamentos da Fireblocks, afirmou que a pesquisa mostra como as empresas estão se mobilizando para implementar stablecoins. De acordo com ele, as empresas enxergam nesses ativos um impulsionador de crescimento e uma alternativa para melhorar a eficiência financeira.
“As stablecoins se tornaram uma ferramenta para inovação nos negócios, indo além de uma simples estratégia de eficiência operacional”, disse Goldi.
O crescimento do uso institucional de stablecoins acompanha o aumento de volume diário e o interesse crescente do mercado. Neste mês a Stripe lançou contas financeiras baseadas em stablecoins, permitindo que empresas em 101 países gerenciem recursos em moedas digitais atreladas ao dólar.
Projeções da Citigroup indicam que o mercado de stablecoins pode alcançar um valor de US$ 2 trilhões até 2030, impulsionado por regulamentações favoráveis e aumento do interesse de instituições financeiras e do setor público. A estimativa otimista sugere que o fornecimento global de stablecoins pode atingir US$ 3,7 trilhões na próxima década.