Um relatório recente apontou que o Bitcoin superou o ouro em 2025. De acordo com o JPMorgan, o movimento conhecido como debasement trade — estratégia em que investidores compram ouro e Bitcoin como proteção contra a desvalorização das moedas fiduciárias — perdeu força em 2025. Conforme apontou o banco, essa estratégia se transformou em um jogo de soma zero.
Segundo os analistas, quando um ativo sobe, o outro recua, e essa dinâmica deve continuar no restante do ano.
Entre meados de fevereiro e meados de abril, o ouro registrou alta às custas do Bitcoin. No entanto, nas últimas três semanas, o cenário se inverteu. Ou seja, o Bitcoin passou a subir enquanto o ouro recuou. Desde o pico do ouro em 22 de abril, o metal acumula queda de quase 8%. Por outro lado, o Bitcoin valorizou 18% no mesmo período.
Bitcoin supera ouro
Os analistas do JPMorgan, liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, também apontaram que os fluxos de investidores refletem essa troca. Isso porque recursos saíram de fundos de ouro e foram para fundos de Bitcoin à vista e de criptoativos.
Além disso, dados do mercado futuro corroboram essa tendência: posições em ouro diminuíram, enquanto futuros de Bitcoin cresceram.
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Diferente do início do ano, quando o ouro liderava os ganhos e o Bitcoin acompanhava outros ativos de risco em baixa, o momento atual favorece a criptomoeda, segundo o banco. Além da fraqueza do ouro, a alta recente do Bitcoin tem sido impulsionada por fatores específicos do setor cripto.
Entre os principais catalisadores estão as compras de grandes empresas, como a Strategy (ex-MicroStrategy) e a Metaplanet, que ampliaram suas aquisições de BTC. A Strategy, por exemplo, pretende levantar US$ 42 bilhões até 2027 para compra da criptomoeda, já tendo alcançado 60% dessa meta.
Alguns estados norte-americanos também começaram a incluir bitcoin em suas reservas financeiras. New Hampshire, por exemplo, autorizou a alocação de até 5% dos ativos do estado em Bitcoin e ouro. Já Arizona está criando uma reserva de ativos digitais, financiada por recompensas de staking e airdrops, com a promessa de não elevar impostos.
Evolução do mercado de derivativos de criptomoedas
O relatório do JPMorgan ainda destaca a evolução do mercado de derivativos de criptomoedas. Grandes corretoras adquiriram plataformas relevantes: a Coinbase, por exemplo, comprou a Deribit. Já a Kraken adquiriu a NinjaTrader e a Gemini obteve licença para oferecer derivativos na Europa. Esses movimentos devem atrair mais investidores institucionais, favorecidos por um ambiente regulatório mais claro.
No momento, o Bitcoin é negociado acima dos US$ 100.000, com alta de cerca de 20% nos últimos 30 dias, conforme dados do CoinGecko. Ainda assim, a projeção do JPMorgan é de que a criptomoeda mantenha vantagem sobre o ouro no segundo semestre, sustentada por esses fatores específicos do mercado cripto.