O Governo do Estado Unidos anunciou que utilizará uma plataforma baseada em blockchain para tentar coibir a entrada de produtos falsificados em território norte-americano.
Segundo o American Shipper, a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), por meio de Vincent Annunziato, Chefe da Divisão de Negócios e Inovação, declarou que os testes serão iniciados em setembro deste ano e pretendem certificar produtos que chegam em solo norte-americano por meio de dois acordos comerciais, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e o Acordo de Livre Comércio da América Central (CAFTA).
De acordo com Annunziato, o novo sistema ajudará a CBP a verificar informações sobre produtos importados e verificar como os fornecedores estrangeiros agem em relação aos importadores norte-americanos. O sistema também pode ser usado para autenticar marcas registradas e verificar as propriedades físicas de um item. Annunziato disse que o sistema blockchain pode ser usado em um aplicativo móvel, que substituiria um processo manual em papel para verificar essas informações, simplificando o trabalho da agência.
Annunziato destacou também que o teste será importante para identificar a interação da blockchain e como resolver eventuais gargalos na plataforma.
“Temos que levar em conta que compartilhamos dados sensíveis em 47 agências diferentes de fiscalização, e não acredito que elas irão desistir de suas soberanias, leis e regras, então temos aqui um momento muito interessante”, destacou.
A agência norte-americana também está trabalhando com o Comitê de Operações Comerciais Aduaneiras (COAC, na sigla em inglês) em outras aplicações de blockchain, porém, no ambiente de propriedade intelectual para identificar licenciados e licenciadores.
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“Então, se você tem um detentor de direitos que está concedendo licenças para a Empresa A, eles também concederão o direito da Empresa B licenciar? Agora você pode seguir geracionalmente o que está acontecendo. Então, de certa forma, o governo tem uma visão dessa interação com a empresa e nós a vemos como um empreendimento valioso para os detentores de direitos”, disse ele completando que se as aplicações forem bem sucedidas podem significar um momento totalmente novo na política alfandegária e, além de eliminar burocracias, pode acabar de vez com o uso de papel neste ecossistema.
Outro funcionário da CBP, Kevin McAleenan, declarou que a organização está trabalhando com parceiros do setor privado e com o Departamento de Segurança Interna da Secretaria de Ciência e Tecnologia em um determinado “padrão de interoperabilidade” para blockchain.
“Blockchain não é uma coisa única. Muitas pessoas estão trabalhando neste sistema e construindo seus ecossistemas próprios, portanto há inúmeras ‘blockchains’ diferentes que geram consenso e tem regras diferentes. Esse é o tipo de desafio de interoperabilidade que vamos enfrentar com blockchain. À medida que a indústria tenta adotar blockchains mais amplamente, a capacidade de entender o que elas significam – e de aplicar em nossa tomada de decisões – exigirá esse padrão de interoperabilidade”, declarou McAleenan.