O preço do Bitcoin (BTC) voltou a cair e abriu em queda de quase 2% nesta quarta-feira (12), levando a criptomoeda a atingir a mínima de US$ 96.170. De acordo com o CoinGecko, o volume de negociação foi de US$ 34,4 bilhões, enquanto as liquidações do Bitcoin hoje chegaram a US$ 43,3 milhões.
Por causa disso, todas as criptomoedas do Top 10 registraram perdas. A Dogecoin (DOGE) foi o destaque negativo com queda de 3,7%, enquanto o XRP e a Solana (SOL) abriram em queda de 2,8%. Somente a BNB seguiu a contramão do mercado e teve alta de 2%.
Parte do mercado atribuiu esse colapso repentino ao comentário do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que rejeitou a ideia de haver mais expansão monetária. E os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira poderão ditar os rumos futuros do BTC.
Sem expansão monetária por enquanto
Um dos fatores que fazem o preço do Bitcoin subir é o aumento do balanço do Fed, que indica aumento na base monetária. Só que o balanço da instituição tem diminuído consistentemente nos últimos três anos.
De acordo com dados do próprio Federal Reserve, o balanço total do banco caiu de US$ 8,7 trilhões em março de 2023 para os atuais US$ 6,8 trilhões. Ou seja, uma queda de quase 30% num espaço de 35 meses, o que significa que o Fed passou a vender ativos no mercado.
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Quando o Fed injeta liquidez, os preços dos ativos de risco normalmente tendem a subir por causa da maior oferta de dinheiro. Mas Powell afirmou que não vê necessidade de fazer um novo programa de compra de ativos, conhecido pela sigla QE (Quantitative Easing, ou Expansão Quantitativa).
“A posição da política agora é muito mais flexível do que antes, e a economia continua forte, então não há necessidade de pressa para ajustar a posição da política. A inflação diminuiu significativamente, mas continua alta.”
Mas foi outra frase de Powell que, provavelmente, causou a desvalorização no preço do Bitcoin hoje e de outras criptomoedas. Quando um dos membros do Senado perguntou se o banco central poderia voltar a lançar seus pacotes de estímulo, Powell respondeu enfaticamente:
“Usaremos o Quantitative Easing somente quando as taxas de juros estiverem em zero”.
Atualmente, os juros dos EUA estão na faixa de 4,5% ao ano e a previsão do mercado é que haja somente um corte em 2025. O que significa que Powell jogou um balde de água fria em muitos investidores.
Dados de inflação a caminho
Os dados de inflação medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês), saem nesta terça-feira às 10h30 (horário de Brasília). De acordo com a TradingEconomics, o consenso é de que o CPI de janeiro suba 0,3%, uma leve alta em comparação aos 0,2% registrados no mês passado. E existem três cenários nos quais os dados podem impactar o preço do BTC.
CPI vem dentro do consenso
Nesse caso, o Fed provavelmente manterá a trajetória atual da taxa de juros, pois os dados se alinham com as previsões. Com o alívio dos temores de estagflação, o sentimento do investidor ficaria levemente otimista e o BTC pode reagir com valorização no curto prazo.
CPI acima do consenso
Se a inflação vier acima dos dados esperados, a perspectiva de preços mais elevados criaria um sentimento agressivo e atrasaria os cortes de taxas. Neste cenário, o Fed poderia até manter os juros no atual patamar durante todo o ano, causando um cenário de risco negativo. O dólar se fortaleceria, ativos de renda fixa ganhariam e o preço do Bitcoin pode cair forte.
CPI abaixo do consenso
Este é o melhor entre os três cenários possíveis para o BTC. Se o CPI for menor que o esperado, isso pode dar início a uma corrida de alta, pois aceleraria as expectativas de corte de taxas, fazendo com que o preço do Bitcoin e outros ativos de risco se valorizassem.
“A estrutura geral continua de alta, mas precisa ser confirmada com um movimento de cinco ondas para cima a partir da mínima recente no domingo passado. Se o preço do Bitcoin romper abaixo de US$ 96.468, o próximo suporte crítico a ser observado é US$ 93.630, onde os compradores devem aparecer. Por outro lado, se continuarmos subindo, a resistência chave a ser monitorada está em US$ 99.229, e um rompimento acima dessa região pode indicar continuidade da alta”, disse Rafael Bonveti, analista da Bitget.
