A Rússia expressou abertura ao uso de criptomoedas no comércio exterior, conforme declarações feitas pela presidente do Banco Central, Elvira Nabiullina. A discussão envolve a possibilidade de utilizar moedas digitais do banco central (CBDC) e criptomoedas em pagamentos transfronteiriços com países parceiros.
Nabiullina, creditada por conduzir com sucesso a economia russa sob sanções, revelou que a CBDC ou rublo digital do país foi desenvolvido com uma funcionalidade que permitirá a integração com outras CBDCs.
Embora a posição do Banco Central da Rússia seja contrária ao uso de criptomoedas em transações domésticas, a presidente reitera a abertura do país ao uso desses ativos no comércio exterior.
Em uma entrevista à RIA Novosti, Nabiullina afirmou: “Quanto às criptomoedas, nossa posição é conhecida; somos contra o uso delas em pagamentos dentro do país. Ao mesmo tempo, apoiamos seu uso no comércio exterior, mas um projeto de lei que prevê essa oportunidade ainda está em discussão na Duma Estatal.”
Rússia pode usar criptomoedas
A abertura da Rússia ao uso de criptomoedas no comércio internacional vem sendo discutida desde abril de 2023, quando o vice-ministro das finanças, Alexey Moiseev, indicou a intenção de estabelecer um comitê para conceder permissões a entidades que utilizam cripto em transações comerciais estrangeiras.
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Entretanto, a possibilidade de entidades russas usarem cripto para contornar sanções gerou preocupações em líderes ocidentais. Algumas figuras políticas instaram a indústria de criptomoedas, incluindo exchanges, a negarem serviços a entidades sancionadas. Em 2022, Hillary Clinton chegou a propor o bloqueio total de todos os usuários de cripto russos.
Na mesma entrevista, Nabiullina admitiu que as recentes sanções dos EUA e a ameaça de sanções secundárias criaram “certas complicações em acordos transfronteiriços com muitos países”.
No entanto, ela destacou a necessidade de Rússia e aliados intensificarem esforços na criação de métodos de pagamento alternativos, diante desse cenário desafiador. Essa postura reforça a determinação russa em explorar alternativas em meio às complexidades geopolíticas.
