A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (28) uma operação contra a gestora de fundos de criptomoedas Titanium Asset por suposto esquema de pirâmide financeira. Após a ação, os fundos bloquearam saques dos clientes, a Titanium foi afastada da gestão dos fundos e a Vórtx, administradora de fundos, passou a gerir os fundos por determinação de ordem judicial.
De acordo com um comunicado aos cotistas, a partir de agora a Vórtx fará a gestão dos fundos Titanium Cripto Structure, Titanium Cripto Access e Titanium Cripto Galaxy.
Em sua defesa, a Titanium, que tem sede na Faria Lima (SP), afirmou ao Valor Econômico que não está envolvida no caso. Além disso, alegou que a ordem judicial foi equivocada e está trabalhando para reverter a decisão.
“[A ordem judicial] determinou a substituição temporária do prestador do serviço de gestão da carteira do fundo, de forma que a administradora passe a gerir temporariamente o fundo, até a liquidação ou decisão final sobre o bloqueio de ativos ou nomeação de interventor”, disse a Vórtx, acrescentando que “quaisquer resgates de valores investidos ou liquidação de cotas do fundo” estão suspensos.
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Fundos de cripto com saques suspensos
A administradora também reforçou que está comprometida em “seguir desempenhando suas atividades de forma diligente” e que manterá os cotistas informados.
O fundo Titanium Cripto Structure, especializado em arbitragens de criptomoedas, tem mais de 360 cotistas e R$ 73,2 milhões sob gestão. A estratégia do fundo era aproveitar variações de preços de criptomoedas, sobretudo do Bitcoin (44%) e Ethereum (22%). Este fundo rendeu 24,20% neste ano até o dia 24 de novembro, segundo o Valor.
Enquanto isso, o Titanium Cripto Access tem 83 cotistas e R$ 5,8 milhões sob gestão. O fundo investia no máximo 20% do patrimônio no fundo Titanium Cripto Structure e o restante em títulos de renda fixa. Conforme dados do Morningstar, esse fundo rendeu 15,87% até o dia 24 deste mês.
Por fim, o fundo Titanium Cripto Galaxy tem 51 cotistas e R$ 3 milhões de patrimônio líquido. O produto investe em BTC, ETH e outras altcoins. Até 24 de novembro, o fundo rendeu 68,18%.
Operação Ouranós
Com relação à operação, a gestora afirmou que:
“A empresa é a maior interessada em esclarecer todos os pontos e não medirá esforços para colaborar com as autoridades no que for necessário”, disse. Sobre o bloqueio aos fundos, a Titanium acrescentou que “foi uma ordem judicial equivocada e que “está trabalhando para reverter a decisão”.
Conforme noticiou o CriptoFácil, na Operação Ouranós, a PF cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 11 medidas cautelares. Ao todo, 12 pessoas físicas e mais de 50 empresas foram alvos da ação que determinou bloqueio e sequestro de R$ 400 milhões em bens.
A Polícia Federal afirmou que o esquema era fazer operar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) para captar dinheiro de clientes. A empresa teria movimentado R$ 1 bilhão de cerca de 7 mil investidores, localizados em 17 estados do país e no exterior