Recentemente, a coleção de NFTs Friendsies arrecadou aproximadamente US$ 5 milhões no seu lançamento. Contudo, a equipe do projeto anunciou, de forma inesperada que faria uma “pausa” em seu roteiro, conforme tuíte publicado na terça-feira (21).
O projeto culpou a “volatilidade” nos preços das criptomoedas pela tomada da decisão. Mas a meduda gerou rumores na comunidade de uma possível puxada no tapete. Isto é, que a equipe estaria dando um golpe nos investidores que compraram seus NFTs.
De acordo com a OpenSea, a coleção Friendsies contêm 10.000 NFTs e possui preço mínimo de 0,014 Ether (ETH), ou cerca de R$ 119 na cotação atual.
Volatilidade como justificativa
Segundo a equipe do Friendsies, “a volatilidade e os desafios do mercado” complicaram o andamento do projeto e motivaram a decisão. A equipe disse que vai aguardar as condições melhorarem para voltar com as atividades, mas não deu nenhum prazo para isso.
Por fim, agradeceram a todos os que acreditaram e apoiaram o projeto desde o início. Mas a comunidade não recebeu bem a decisão de suspender as atividades. Muitos indicaram que a equipe pretendia dar um golpe de rug pull nos investidores.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Um rug pull ocorre quando um projeto novo consegue captar muito dinheiro, mas suspende suas atividades logo depois. Os desenvolvedores costumam sumir com o dinheiro, deixando os investidores que compraram os NFTs ou tokens no prejuízo.
O Friendsies era um dos projetos de NFT mais promissores do ecossistema, o que reforça o temor de quem comprou os NFTs. De fato, as contas ligadas ao projeto chegaram a desaparecer por um tempo, mas depois voltaram à ativa.
Suspeita de golpe
Samuel Borkson e Arturo Sandoval III lançaram a coleção The Friendsies em abril de 2022 por meio de um leilão que começou em 3,33 ETH (cerca de R$ 15.500). Por fim, o projeto conseguiu acumular um total de US$ 5,3 milhões com seus 10.000 NFTs.
O investigador perito em blockchain ZachXBT confirmou os dados, mas indicou que não se sabe “como os fundos poderiam ter sido gastos”. A coleção movimentou 3.776 ETH desde seu lançamento, o que corresponde a pouco mais de R$ 32 milhões em valores atuais.
De acordo com ZachXBT, os desenvolvedores indicaram em seu roteiro que “1,25% de todos os royalties (cerca de 47 ETH) deveriam ser distribuídos de volta aos detentores”, mas isso nunca aconteceu e eles fizeram questão de não deixar rastros.
A equipe também apagou o roadmap do projeto em seu canal do Discord.
Já o investidor de NFT que atende pelo nome de Tmagled disse que alertou sobre o risco de golpe na época do lançamento do Friendsies, mas recebeu uma chuva de críticas. Na terça-feira, o investidor afirmou no Twitter que “o golpe esperado finalmente aconteceu”.
Ex-executivo de NFTs da Mastercard vem ao resgate
Ao passo que a comunidade teme por um golpe, alguns investidores seguem tentando salvar o projeto. É o caso de Satvik Sethi, ex-chefe de produto de NFT da Mastercard, que fez uma oferta pública aos Friendsies propondo assumir o projeto e levá-lo adiante com uma nova equipe.
Sethi ainda não recebeu uma resposta dos desenvolvedores da coleção, mas muitos membros da comunidade ofereceram seu apoio para continuar o projeto.
Vale ressaltar que a possibilidade de rug pull é apenas uma hipótese, já que ainda não há confirmação de um golpe do tipo. No entanto, mesmo o rumor pode ser altamente prejudicial para os investidores, pois mina a credibilidade da coleção em um mercado marcado por golpes no passado.
Contudo, se tal evento acontecer, eles podem perder seu dinheiro com extrema rapidez e é difícil definir responsabilidades legais em um projeto descentralizado. Por outro lado, se os rumores se espalharem e ganharem força suficiente, a falta de confiança pode jogar contra os possíveis planos que uma equipe tem de seguir em frente. Ambos os cenários já aconteceram antes.
Para acalmar os rumores, a equipe do Friendsies publicou um tuíte assegurando a sua base de fãs que eles não tinham intenção de abandonar o projeto, mas apenas dar transparência aos seus usuários. No entanto, mais uma vez limitaram os comentários na publicação.
