O pesadelo de Do Kwon, fundador do ecossistema Terra (LUNA), parece não ter fim. Após a stablecoins de seu projeto TerraUSD (UST) perder sua paridade com o dólar americano e o preço de sua criptomoeda LUNA praticamente ir à zero, ele está sendo convocado para prestar esclarecimentos sobre o colapso por legisladores da Coreia do Sul.
Além disso, após a derrocada do projeto, o país também está fazendo “inspeções de emergência” em exchanges locais de criptomoedas.
Colapso do ecossistema Terra (LUNA)
Conforme vem noticiando o CriptoFácil, o ecossistema Terra, sobretudo sua criptomoeda LUNA e sua stablecoin algorítmica UST, entraram em colapso na última semana.
UST deixou de ser negociada a US$ 1 e, hoje, custa cerca de US$ 0,11. Enquanto isso, LUNA saiu de um topo histórico de cerca de US$ 120 em 5 de abril deste ano para US$ 0,0001779 atuais. Ou seja, o preço caiu praticamente 100% em menos de dois meses.
- Gráfico de preço LUNA no último mês. Fonte CoinMarketCap
Diante dessa derrocada, Do Kwon apresentou duas propostas para salvar o ecossistema. Ambas preveem a distribuição de tokens para a comunidade e o fim definitivo da stablecoin UST.
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Contudo, os planos dele não têm sido suficientes para acalmar os ânimos dos investidores e das autoridades. Afinal, após o fracasso dos ativos digitais, reguladores e legisladores de diversos países do mundo estão alertando para os possíveis riscos dos ativos digitais, principalmente, das stablecoins.
Convocação de Do Kwon para esclarecimentos
O representante do Partido do Poder Popular da Coreia do Sul, Yun Chang-Hyun, por exemplo, convocou uma audiência parlamentar sobre o TerraUSD (UST) após a ruína da stablecoin.
De acordo com a agência de notícias local Newspim, Do Kwon foi chamado para participar da audiência:
“Devemos trazer autoridades de plataformas relacionadas, incluindo o CEO Do Kwon da Terra, que se tornou um problema recente, à Assembleia Nacional para realizar uma audiência sobre a causa da situação e as medidas para proteger os investidores”, disse Chang-Hyun nesta terça-feira (17) em uma reunião plenária da Comissão de Assuntos Políticos da Assembleia Nacional.
Além disso, Chang-Hyun quer que as exchanges locais de criptomoedas expliquem seu comportamento durante o crash. Segundo ele, algumas plataformas demoraram mais que outra a interromper as negociações:
“Coinone, Korbit e Gopax pararam de negociar em 10 de maio. A Bithumb em 11 de maio. Mas a Upbit não parou de negociar até 13 de maio. A Upbit, que foi a última a parar de negociar mesmo depois de ver o crash. É a empresa nº 1 com 80% de participação. Em apenas três dias, ela ganhou cerca de 10 bilhões de won [US$ 7,8 milhões] em receita de comissões”, acrescentou Chang-hyun.
‘Inspeções de emergência’ em exchanges
Enquanto isso, o portal sul-coreano Yonhap News Agency informou que os reguladores financeiros locais estão lançando “inspeções de emergência” em exchanges de criptomoedas locais. Aparentemente, o objetivo é aumentar a proteção dos investidores após o colapso do UST
Nesse sentido, tanto a Comissão de Serviços Financeiros da Coréia (FSC) quanto o Serviço de Supervisão Financeira (FSS) estão pedindo que as exchanges compartilhem informações sobre transações de UST e LUNA.
As solicitações incluem os volumes de negociação e o número de investidores relevantes. Ainda, as agências pediram que as plataformas forneçam suas medidas em resposta ao crash e sua análise sobre o caso.
“Na semana passada, as autoridades financeiras pediram dados sobre a quantidade de transações e investidores e avaliaram as medidas relevantes das exchanges. Acho que eles fizeram isso para traçar medidas para minimizar os danos aos investidores no futuro”, disse um representante de uma exchange sul-coreana não identificada ao Yonhap.
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