A Índia e a Arábia Saudita estão considerando deixar de usar o dólar americano em transações envolvendo petróleo, conforme revelaram representantes dos países recentemente.
De acordo com as declarações, a intenção é deixar de usar a moeda americana e passar a usar o yuan digital (e-CNY) para negócios internacionais.
Como o maior importador líquido de petróleo do mundo, a China compra cerca de 25% de seu petróleo da Arábia Saudita. Mas, devido à guerra e às sanções, o uso do dólar americano tornou-se um problema.
Agora, as nações vêm procurando alternativas para fugir da hegemonia da moeda americana nas transações comerciais.
Nesse sentido, especialistas declaram que a troca do dólar pelo Yuan Digital pelas principais economias para a venda de petróleo significaria uma grande mudança nas realidades geoeconômicas. Consequentemente, poderia vir a ser a maior mudança econômica do século.
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Além disso, a mudança também traria um grande desafio global. Isso porque o comercio mundial tem sido dominado pelo dólar americano desde a colapso do sistema de Bretton Woods em 1973.
Fim da hegemonia do dólar
Dessa forma, o domínio do dólar dos EUA, que tem sido um dos principais impulsionadores de seu status de moeda de reserva mundial, pode ser reduzido à medida que vários países buscam alternativas para negócios transfronteiriços.
“Naturalmente, a moeda da China está sendo cada vez mais usada como moeda de reserva”, disse Ray Dalio, fundador do maior fundo de hedge do mundo, Bridgewater Associates.
Ainda segundo o investidor bilionário, a China está ativa em uma mudança na atual ordem mundial e busca com o e-CNY estabelecer um novo padrão global de comercio adaptado a era digital.
Como uma das maiores economias do mundo, a Índia está seguindo os passos da China para emitir uma rupia digital até 2023. E, no mesmo caminho, segue a Arábia Saudita, que desde 2019 anunciou planos de emissão de uma CBDC.
Tanto Índia quanto Arábia fazem parte do Projeto Ponte de Moeda Digital do Banco Central Múltiplo (m-CBDC) (anteriormente conhecido como Projeto Inthanon-LionRock) lançado em fevereiro de 2021, e que também conta com a China.
O projeto m-CBDC visa, entre outras coisas, facilitar transações de pagamento versus pagamento em moeda estrangeira em tempo real em um contexto multijurisdicional, em 24 horas por dia, 7 dias por semana.
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