Contra o fechamento forçado do Apple Daily pelo governo de Hong Kong, ativistas recorreram à tecnologia blockchain para evitar a censura. Conforme relatado pela Reuters, a pessoa ou o grupo por trás do movimento já enviou mais de 5 mil materiais do tabloide para a rede ARWeave.
O ato de resistência surgiu depois que o jornal anunciou que a edição de quarta-feira (23) seria a última produzida. Atualmente, a redação está sob investigação de segurança nacional do país asiático.
Hong Kong censura veículo pró-democracia
Com histórico de críticas a Hong Kong e à China, o Apple Daily sofreu fortes repressões do governo local.
Em 2019, o jornal acompanhou os protestos contra a Lei de Segurança Nacional. À época, o veículo apoiou o movimento dando voz aos grupos imersos nos atos pró-democracia.
Em agosto do ano passado, Hong Kong prendeu o fundador do veículo, Jimmy Lai, e outros executivos. O governo alega que os investigados cometeram crime contra a segurança do país.
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Mesmo com os executivos detidos, o jornal resistiu por meses. Até que na semana passada, autoridades congelaram recursos de empresas ligadas ao tabloide.
De acordo com a Lei de Segurança Nacional, o governo pode bloquear ou excluir conteúdo considerados “subversivos” e que possam ameaçar a soberania da China, a qual governa Hong Kong.
“As ações de aplicação da lei tomadas pelas agências de Hong Kong são baseadas em evidências. Estritamente de acordo com as leis de Hong Kong e pelos atos de pessoas ou entidades em questão”, disse um porta-voz do Departamento de Segurança.
Além disso, a empresa responsável por aprovar os domínios de internet no país disse recentemente que rejeitaria qualquer site que pudesse incitar “atos ilegais”.
Blockchain como meio de resistência
Diante deste cenário, o jovem Ho, que preferiu não revelar seu sobrenome, começou esta semana a fazer o upload de arquivos do Apple Daily na ARWeave.
“Não estou fazendo isso porque amo o Apple Daily, faço porque precisa ser feito”, declarou.
A blockchain utilizada pelo ativista é conhecida por ser à prova de censura. Atualmente, a ARWeave já detém mais de 5 mil materiais codificados do veículo de comunicação.
Por fim, não se sabe se Ho realiza a atividade sozinho ou, se por trás, há um grupo de apoiadores.
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