No domingo (13), a empresária Kim Kardashian promoveu em seu Instagram o token Ethereum Max (EMAX). No entanto, a ação promocional não foi bem recebida pelos entusiastas do mercado de criptomoedas.
Entusiastas apontam que o projeto propositalmente tem Ethereum no nome para confundir investidores. Além disso, acusações de que o EMAX pode ser uma pirâmide financeira também surgiram.
Não é de hoje que empresas, geralmente com projetos escusos, paguem celebridades para que divulguem seus tokens. No Brasil, por exemplo, Ronaldinho Gaúcho já foi usado para estampar campanhas de diferentes empresas que lesaram investidores.
Celebridades promovem o EMAX
Para os seus 228 milhões de seguidores do Instagram, Kim Kardashian promoveu o token EMAX neste final de semana.
“Vocês gostam de criptomoedas? Não se trata de um conselho financeiro, mas, sim, de compartilhar o que me falaram sobre o token Ethereum Max. Há alguns minutos, o EMAX queimou mais de 400 trilhões de tokens — literalmente 50% de sua carteira de administrador”, disse.
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Embora seja normal a promoção de marcas pela empresária estadunidense, esta causou ruído na comunidade de criptomoedas por ser basicamente uma recomendação de investimento.
Um usuário do Reddit disse que queimar metade das reservas de um ativo digital não o torna um projeto promissor.
“Estou surpreso que as pessoas por trás desse token tenham dinheiro suficiente para pagar por esta publicação [patrocinada]”, comentou.
Lark Davis, trader e figura conhecida do mercado, também se posicionou sobre a ação da influenciadora. O trader sugere que a EMAX faz parte de um esquema de pirâmide financeira no mercado de criptomoedas.
“Primeiro Floyd Mayweather, e agora Kim Kardashian estão usando o esquema Ethereum Max ponzi… e alguns de vocês acreditaram que o mercado altista tinha acabado. Mal começamos”, frisou.
A afirmação de Davis possivelmente tem a ver com os acontecimentos de 2017. Durante o “hype” do mercado de criptomoedas, celebridades como Floyd Mayweather e DJ Khalid promoveram ICOs fraudulentas.
Além disso, como é possível ver pela publicação de Davis, Mayweather está novamente divulgando um projeto tratado como fraude.
Segundo os desenvolvedores do Ethereum Max, a proposta do token é fornecer uma “distribuição de 3% de cada transação para os portadores da carteira EMAX”.
No momento de escrita desta matéria, o EMAX é cotado a R$ 0,000000983, apresentando uma correção de 18,82% nas últimas 24 horas.
Também acontece no Brasil
O astro do futebol brasileiro, Ronaldinho Gaúcho, também já teve seu nome envolvido com empresas suspeitas de pirâmides financeiras.
Em 2020, o jogador estampou campanhas publicitárias da LBLV. No entanto, a corretora estava proibida de atuar no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde 2019.
Este ano, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério da Paraíba (Gaeco) deflagrou uma operação contra a companhia. Antigos clientes acusam a LBLV de pirâmide financeira e de ter fraudado pelo menos R$ 60 milhões.
Além da LBLV, Ronaldinho Gaúcho também teve sua imagem associada à 18K, também acusada de pirâmide financeira. Em 2018, o jogador demonstrou interesse em lançar a “Ronaldinho Soccer Coin”, suposta criptomoeda ligada a projetos de futebol.
Por fim, este mês o astro brasileiro realizou uma ação promocional para a Atari Token (ATRI) em suas redes sociais.
“Atari Token (ATRI) para à lua”, escreveu.
Após a publicação, o token exibiu uma alta de quase 20% no decorrer do dia. Atualmente, o ATRI está cotado a R$ 0,6338, apresentando um crescimento de 11,54%.
Contudo, vale ressaltar que entusiastas também não recomendam o ATRI. O token foi lançado pela famosa empresa de jogos que, junto de empresas como a Kodak, viram nas ICOs uma chance de se reerguer de problemas financeiros.
Assim, ainda que não seja apontado como um projeto fraudulento, o ATRI é tido como uma opção ruim de investimento no longo prazo.
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