Aparentemente, o empresário Tim Draper mudou de ideia quanto a próxima empresa a investir em Bitcoin (BTC).
Na quinta-feira (4), Draper disse que a Apple poderia ser a próxima companhia a alocar parte do seu balanço em BTC.
A declaração feita no painel de Montgomery Summit foi vista como um tanto contraditória. Recentemente, o bilionário tinha previsto que a Netflix poderia ser a próxima grande empresa a investir em criptomoedas.
Apple deve ser a próxima
A nova visão de Draper decorreu após uma análise do valor em caixa Apple, cerca de R$ 1,1 trilhão.
O estoque da empresa de criada por Steve Jobs foi considerado o maior dentre as companhias americanas de capital aberto.
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Em determinado momento, Draper realiza uma breve análise da situação da Apple e sugere a movimentação desse fundo:
“Você é o diretor financeiro de uma grande empresa e está observando o dólar cair […] Você pensa ‘bem, preciso me proteger contra isso’, certo?
Quer dizer, a Apple tem muito dinheiro. Caso não comprem algo com essa reserva, seus acionistas irão naturalmente diminuir o valor desse ativo nos próximos três ou quatro anos.”
Desvalorização do dólar
Draper, que é cofundador da Goren Holm (empresa com foco em criptomoedas), ponderou que a situação do dólar poderá impactar na valorização das reservas corporativas.
A moeda americana vem sofrendo desvalorização frente ao mercado. A queda é decorrente da expansão monetária adotada pelo Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed, sigla em inglês).
O número de dólares em circulação era de US$ 1,87 trilhão (valor superior a R$ 10,2 trilhões) em março de 2020. Agora, esse valor já é de US$ 2,1 trilhões — aproximadamente R$ 11,8 trilhões.
A impressão de mais dinheiro no país foi uma estratégia adotada pelo Fed para evitar uma depressão econômica durante a pandemia.
Porém, o plano poderá refletir diretamente no nível da inflação. O Fed já projeta uma inflação acima dos 2% — o que impactará no poder de compra dos estadunidenses.
Prevendo uma queda ou não da moeda, executivos de grandes empresas já estão realizando o movimento de investir no BTC.
O CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, injetou quase R$ 12,5 bilhões em criptomoedas. Já Elon Musk, CEO da Tesla, comprou mais de R$ 8,4 bilhões em Bitcoin no início deste ano.
Veteranos analisam o cenário
Além de Draper, Michael Sonnenshein — CEO da Grayscale Investments —, também participou do debate promovido pelo Montgomery Summit.
Na ocasião, executivo do setor de criptomoedas, disse que empresas que se posicionam a favor do BTC são “lideradas por visionários”.
Diferente de Draper, Sonnenshein não demonstrou acreditar que a Netflix iria aderir as moedas digitais em breve.
“Não sei se a Netflix será a próxima. Acredito que ao longo de 2021 teremos outras empresas não tão ‘visionárias’ alocando parte dos seus balanços para Bitcoin.”
Seguindo a análise do cofundador da Goren Holm, Sonnenshein também usou a Apple de exemplo para realizar especulações no criptomercado:
“Poderíamos especular que uma empresa como a Apple talvez devesse [investir em BTC] porque eles têm muito dinheiro em caixa.
Em um ambiente de rendimento extremamente baixo, acredito que como gestor financeiro, agora, não há mais risco envolvido ao pensar em diversificar parte do seu rendimento para criptoativos”
Questionado sobre a perspectiva pela adesão de outros grandes investidores institucionais em criptomoedas, Draper foi ambicioso: “espero que aconteça logo”.
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