Nesta quarta-feira, 17 de junho, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) voltou a reduzir a taxa Selic. O corte foi de 75 pontos percentuais, valor já esperado pelo mercado.
Com o novo corte, a Selic cai de 3% ao ano para 2,25%, renovando o menor valor da sua história. A título de comparação, este era o mesmo valor da Federal Funds Rate, a taxa de juros dos EUA, em janeiro de 2019.
Em seu comunicado, o Copom destacou que o atual nível de juros é compatível com o cenário. Porém, não descartou a possibilidade de novos cortes, ainda que menos intensos.
“O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno”, diz o comunicado do Copom.
Reações
O corte de juros, junto com outros anúncios, animou o mercado financeiro. O índice Ibovespa fechou a quarta-feira em alta de 2,16%, cotado a 95.547 pontos. O dólar fechou com alta de 0,83%, cotado a R$ 5,30.
A queda da taxa Selic reforça a necessidade de busca por maior risco. É o que defende Dennis Kac, CIO da Brainvest Wealth Management no Brasil. Para ele, a busca por maiores retornos exigirá mais do investidor.
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“A renda fixa não morreu. Mas o investidor precisa procurar um pouco melhor para encontrar boas oportunidades”, disse Kac ao portal Infomoney.
Dessa forma, quais as melhores formas de investir no atual cenário?
Crédito privado
Se você quer maiores retornos, mas não quer abrir mão da renda fixa, o crédito privado é uma opção. Essa modalidade de crédito consiste de investir em títulos emitidos por empresas privadas. Por conta disso, a expectativa maior de retorno, porém, o risco tende a ser maior.
O segmento de crédito privado passou a oferecer taxas de juros acima do usual como reflexo da crise. Com um forte crescimento no Brasil desde 2019, foi lembrado por vários especialistas.
Títulos públicos indexados à inflação
A pandemia de Covid-19 reduziu drasticamente o nível de consumo dos brasileiros, derrubando a inflação. Este, por sinal, é um dos motivos pelos quais o Copom tem realizado os cortes na Selic, com o objetivo de estimular o consumo e a economia.
No entanto, o risco de que a inflação volte a acelerar após a diminuição da pandemia não deve ser descartado. Caio Mercadante, estrategista chefe do BNP Paribas Wealth Management, alerta para esse risco.
“Embora a inflação não represente um risco no radar, ao alongar um pouco o horizonte, a alta dos preços não pode ser descartada, em um ambiente de desequilíbrio fiscal na esteira da pandemia.”
Nesse cenário, títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, antes conhecido por “NTN-B”) podem servir como opção de médio e curto prazo. Além de serem mais defensivos, esses títulos tendem a oferecer rendimentos reais maiores. No entanto, costumam ser investimentos com um prazo de tempo maior.
Investimentos alternativos
Outro tipo de investimento são os chamados investimentos alternativos. Gestores de patrimônio citaram esses investimentos com uma forma de conseguir maiores retornos com os juros baixos. Fundos de private equity e de investimentos pouco usuais na região, como em precatórios, são exemplos desse tipo de investimento.
O problema é que o acesso a esses produtos é bastante limitado. Ou a estrutura de investimento é precária, ou o acesso a eles é restrito a quem tem mais dinheiro. Fundos de private equity, por exemplo, possuem valor mínimo a partir de R$ 100 mil, o que os torna inviáveis ao pequeno investidor.
Em termos de acesso, um investimento alternativo bastante interessante é o Bitcoin. Além de possuir baixo valor de entrada (com R$ 50,00 você já pode investir), é um ativo com grande potencial de valorização. Mesmo com a atual crise, o Bitcoin já se valorizou 50% desde o início do ano.
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