A queda no mercado financeiro tradicional ocorrida nesta segunda-feira, 09 de março, replicada pelo mercado de criptoativos, pegou muitas pessoas de surpresa. Nem mesmo a exchange Mercado Bitcoin previu a movimentação, tendo emitido uma edição extraordinária de seu relatório “De Olho no Mercado”.
Pontos interessantes foram exibidos sobre como a queda do mercado financeiro impactou o Bitcoin, um deles sendo o fato de que o BTC se provou menos volátil do que o índice Ibovespa.
Sem circuit breaker
A rápida queda experienciada pela Bolsa de Valores brasileira na manhã de segunda-feira ocasionou na ativação do circuit breaker, um mecanismo que paralisou o pregão por 30 minutos. A exchange começa ressaltando que o mercado de criptoativos não possui um circuit breaker, ou seja, traders continuaram podendo movimentar seus criptoativos em meio ao “caos”.
É ressaltado ainda outro ponto interessante que envolve uma dinâmica entre Bitcoin, o cenário global atual – que envolve o coronavírus – e moedas fiduciárias: o criptoativo dominante do mercado não tem se sustentado durante o surto de coronavírus, deslizando 25% em dólares. O motivo, aponta a Mercado Bitcoin, é o impacto causado pelo coronavírus no mercado asiático – que tem grande relevância na criptoesfera.
Contudo, tendo em vista a alta do dólar estadunidense perante o Real, a queda nos mercados brasileiros foi de “apenas” 17%. Tal dado tem relevância para o mercado nacional quando se fala em volatilidade, uma vez que a Ibovespa apresentou uma volatilidade de 54%, ao mesmo tempo em que o Bitcoin apresentou volatilidade de 51%. Trata-se de um episódio atípico, uma vez que o BTC geralmente exibe uma volatilidade três vezes superior em comparação à Ibovespa.
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O relatório então faz uma conclusão em quatro pontos do que já foi possível observar em 2020:
“1) Bitcoin pode sim reagir positivamente em momentos de incerteza e aversão a risco;
2) As crises podem se aprofundar e nestes momentos segurança absoluta é prioritária, Bitcoin também perde nestes momentos;
3) Ativo descorrelacionado é diferente de ativo com correlação negativa, ativos tradicionais e Bitcoin podem sim andar no mesmo sentido (pra baixo!) em momentos incertos;
4) Diversificação continua sendo chave, uma carteira 95% IBOV/5% BTC teria perdido 2,3% a menos no ano, e uma 90% IBOV/10% BTC (a predileta da casa), 4,6% a menos.”
Momento oportuno para comprar Bitcoin?
O CriptoFácil conversou com Fabrício Tota, diretor na exchange Mercado Bitcoin, para entender se a recente correção do Bitcoin representa um momento propício para comprar o ativo em um valor mais “em conta”.
Tota respondeu positivamente, mas aconselha cautela:
“Sim, continua sendo um bom momento para comprar. Evidentemente, temos um momento um pouco mais turbulento do que uma semana atrás, então a estratégia de compras espaçadas para alocações maiores é o mais indicado.”
Tendo em vista a possibilidade ainda latente do halving causar uma grande valorização do Bitcoin
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