Falta menos de uma semana para o Bitcoin ser oficializado como moeda de curso legal em El Salvador. Contudo, se depender da população, o projeto histórico no mundo não será implementado. Isso porque uma pesquisa recente revelou que a maioria dos salvadorenhos quer derrubar a Lei do Bitcoin.
O levantamento revelou que 7 em cada 10 salvadorenhos querem que a lei Bitcoin do presidente Nayib Bukele seja revogada. No entanto, mais de 90% dos entrevistados também admitiram que não entendem bem a criptomoeda.
Bitcoin é rejeitado em El Salvador
A pesquisa em questão foi conduzida pelo Instituto Universitário de Opinião Pública da Universidade Centro-Americana (IudopUCA). O instituto entrevistou 1.281 pessoas na pesquisa realizada entre 13 e 20 de agosto.
O estudo descobriu que 2 em cada 10 entrevistados disseram que “não confiam no Bitcoin”. Além disso, 43% dos salvadorenhos entrevistados acreditam que a economia do país vai piorar com a implementação do Bitcoin como moeda.
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Pouco mais da metade dos entrevistados acha que o preço dos mantimentos aumentará após a implementação da lei Bitcoin. Em contrapartida, apenas 17% disseram que a economia do país irá melhorar com o BTC.
Os salvadorenhos também foram questionados se o uso do Bitcoin deveria ser obrigatório ou voluntário para a população. Uma esmagadora maioria de 96% disse que deveria ser voluntário.
A maioria (60%) dos entrevistados também discordou da decisão do governo de gastar dinheiro público para usar Bitcoin no país.
Ainda, cerca de 55% da população consultada afirmou que não tem “nenhuma confiança” no Bitcoin. Neste quesito, somente 4,8% disseram ter “muita confiança” e 9,6% “alguma confiança”.
No que diz respeito ao uso da carteira de Bitcoin criada pelo governo, a Chivo, o estudo descobriu que 78.3% dos entrevistados estão pouco ou nada interessados em baixar e usar a carteira digital.
Vale destacar que, para incentivar o uso da Chivo, o governo salvadorenho anunciou um bônus de US$ 30 em Bitcoin para os usuários.
O que dizem especialistas sobre o Bitcoin?
O secretário do Sindicato dos Empregados do Judiciário, Stanley Quinteros, disse que a lei não vai beneficiar o povo:
“Acreditamos que a implementação dessa lei, que envolve mais de US$ 203 milhões, poderia ter fortalecido outras entidades, como segurança, saúde e educação. Esta lei, em vez de beneficiar o povo salvadorenho, trará prejuízos econômicos.”
Anteriormente, Quinteros já havia mencionado os problemas de flutuação de preço do BTC. Isso, segundo ele, poderia agravar a crise financeira do país.
No entanto, para o especialista em criptomoedas e cofundador do CriptoFácil, Paulo Aragão, a adoção do Bitcoin possui mais benefícios do que desafios.
Recentemente, Aragão destacou ao CriptoFácil que é natural que haja uma resistência por parte de alguns setores da sociedade. No entanto, ele acredita que isso será rapidamente contornado.
“O Bitcoin é um ativo que não depende de governo ou de banco central. Pessoas mais conservadoras veem nisso um ‘problema’, mas na verdade é uma solução. Se olharmos para a América Latina, vemos como os governos podem destruir uma economia em poucos anos. Não à toa, é uma região que tem sobressaído na adoção de criptoativos”, desatacou Aragão.
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