Armazenar criptomoedas com segurança sempre foi uma preocupação de quem investe. Com a estrondosa alta que o bitcoin sofreu nesse ano, tal preocupação se mostrou ainda mais acentuada, uma vez que uma fração da moeda comprada há um ano já pode ter se transformado em uma pequena fortuna.
Dificilmente uma pessoa consegue dormir em paz à noite, sabendo quantos ladrões adorariam roubar seus bitcoins. Neste exato momento, hackers podem estar investigando cada transação feita por um investidor, tudo em busca de fraquezas na sua Wallet ou na exchange que ele utiliza. Além disso, também estão reunindo informações sobre você – onde você mora, o nome do seu animal de estimação, sua equipe de futebol preferida – tudo com o objetivo de conhecer melhor cada pessoa e, assim terem sua tarefa facilitada.
Emails carregados de malware com o seu nome, preparando para colocar seu número de telefone em um aparelho diferente enquanto você dorme – as formas de ataques são diversas.
Preocupado com a segurança de seus bitcoins? Parece que você precisa de uma solução de armazenamento adequada aos chamados “ultra-paranóicos“.
Então, hora de conferir abaixo as cinco maneiras mais inusitadas – e paranóicas – de armazenar seus bitcoins.
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1) Keep calm and tranque tudo!
A primeira delas talvez não seja tão paranóica assim: afinal, é utilizada por vários investidores, especialmente aqueles que compram pensando em vender no longo prazo. Ter suas moedas armazenadas em uma carteira que você – e somente você – mantenha as chaves privadas é uma boa forma de manter suas moedas seguras de qualquer possibilidade de ataque online. Uma cold wallet só não pode protegê-lo de um tipo de riscos, do mundo real: a ameaça de ladrões brandindo uma arma na sua cabeça, riscos de incêndio e outros desastres naturais, e talvez o maior risco de todos: o próprio usuário. A maior causa de moedas perdidas não é de terceiros – é, geralmente, do próprio dono da carteira.
Não são poucas as histórias de carteiras de hardware perdidas, discos rígidos sobregravados e seeds esquecidas por pessoas que resolveram criar suas próprias carteiras. Assim como o erro humano – geralmente senhas roubadas ou fracas – é a causa dos ataques cibernéticos mais bem-sucedidos, o mesmo ocorre quando se trata de bitcoins perdidos ou roubados. Qualquer solução privada baseada em chave precisa levar em conta o fator de erro humano. Caso contrário, até mesmo as mais elegantes carteiras de hardware e os cofres mais fortes podem ser inútil contra roubos e perdas.
2) Crie um timelock
Essa é uma opção interessante para quem deseja guardar seus bitcoins e controlar o acesso deles por um determinado período de tempo. Um timelock é um contador que pode ser programado de acordo com o período de tempo que o dono da carteira desejar (ex: 30 dias). Durante esse tempo, a carteira protegida não poderá ser acessada, tampouco seus fundos poderão ser resgatados.
Essa prática costuma ser utilizada por alguns vendedores P2P que contraem empréstimos remunerados nas comunidades, de modo a manter a segurança e transparência das operações.
A desvantagem é que tal método requer um certo conhecimento técnico para ser implementado. Através de um protocolo de contrato inteligente (Ivy), fornecendo uma estrutura para a utilização do linguagem de montagem do Bitcoin Script, em breve será muito mais fácil criar carteiras com esse recurso. Defina uma data de sua preferência (curto, médio e longo prazo) e não será mais necessário se preocupar com a carteira sendo prematuramente aberta – por você ou por qualquer outra pessoa.
3) Use Multisign
Outro recurso bastante usado por quem deseja segurança adicional é a assinatura múltipla de carteiras, também conhecida como multisign.
Esse recurso consiste em ter mais de uma chave privada assinando a mesma carteira (geralmente um número par, em caso de contratos, ou ímpar, como 3 chaves, para o caso de haver um impasse entre ambos). O procedimento de multisign impede que uma pessoa possa, sozinha, acessar os fundos contidos em uma carteira.
O multisign costuma ser utilizado por empresas que possuem grandes somas em suas cold wallets, contratos de empréstimos ou de qualquer outro pagamento. Mas pode ser utilizada também para transferência de fundos via herança ou testamento, por exemplo. Nesse último caso, pode-se colocar a assinatura de um advogado ou procurador como uma das testemunhas para, assim, ser feita a transferência dos fundos para os herdeiros. Carteiras como Coinbase e Electrum possuem essa funcionalidade.
4) Use um cofre de custódia (ou crie o seu próprio cofre)
Para quem realmente deseja manter sua carteira segura e longe do alcance de todos – até mesmo do seu próprio alcance – uma opção é usar cofres. Empresas como Coinbase e, mais reconhecidamente, a Xapo, oferecem esse serviço para armazenamento de carteiras, mediante o pagamento de um prêmio
Geralmente essas empresas exigem um valor mínimo de capital a ser armazenado em cada cofre. É o caso da Coinbase, que armazena valores acima de 100 mil dólares.
Os cofres da Xapo são particularmente atraentes, pois contam com proteções de primeira linha: além de estarem localizados na Suíça (país conhecido pela eficiência em manter bens seguros) o local é um bunker militar capaz de resistir até mesmo a uma explosão nuclear. Além disso, no seu núcleo encontra-se uma “sala fria”, protegida por lajes de aço que atuam como uma gaiola de Faraday para repelir ataques de pulso eletromagnéticos. Clique aqui para conhecer.
Mas, caso você seja daqueles que não confia nem na segurança dos cofres suíços, então por que arriscar pegar alguém para colocar seus bitcoins no cofre de um banco quando você pode visitar seu banco local e colocar sua chave privada em um cofre? Melhor ainda, armazene sua chave em vários bancos, apenas para ter certeza. Outra opção é armazenar sua seed em um cofre na sua própria casa, mas essa medida abre o risco de criminosos obrigando você a abri-lo. Muito melhor deixar um banco lidar com o perigo.
5) Corte sua paper wallet em várias partes
Uma paper wallet já é uma carteira segura por definição, sendo um pedaço de papel que fica totalmente longe de qualquer conexão de internet. Mas, e se fosse possível deixá-la ainda mais segura?
Pois a última técnica da lista faz exatamente isso – e é a ideal para os bitcoiners realmente neuróticos em relação a proteção de suas moedas. Esta técnica exige cortar a sua chave privada em partes e depois armazená-las em vários locais diferentes, incluindo pelo menos duas cópias de cada parte para garantir a redundância. Usar múltiplas carteiras de papel é essencialmente multisig para pessoas que não confiam em outras pessoas. Se você está preocupado que o papel em si poderia ser danificado e tornado ilegível, tenha suas chaves gravadas em metal. Isso é um trabalho que você vai querer fazer sozinho ou terceirizar para vários gravadores, para garantir que ninguém chegue a ler toda a sua chave privada.
Portanto, temos uma lista de escolhas de segurança de carteiras para todos os gostos. Qual forma você utiliza para manter a segurança da sua carteira?
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