Foto: IA / BNB Chain
A gestora de investimentos VanEck deu um passo ousado no mercado financeiro ao registrar um pedido para lançar o primeiro ETF baseado em BNB, criptomoeda nativa da rede Binance Smart Chain. O movimento aconteceu no dia 31 de março, com o registro feito na Divisão de Corporações do Departamento de Estado de Delaware, nos Estados Unidos.
Esse primeiro registro ainda não representa uma solicitação formal à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), mas indica claramente a intenção da empresa de avançar com a proposta. O próximo passo deve ser a apresentação de um formulário S-1, usado para pedidos oficiais de fundos negociados em bolsa.
BNB pode entrar no seleto grupo de criptomoedas com ETF. Atualmente, apenas Bitcoin (BTC) Ether (ETH) possuem ETFs aprovados no mercado norte-americano. VanEck, inclusive, foi uma das primeiras gestoras a lançar ETFs dessas criptomoedas em 2024, o que reforça sua posição de liderança no setor.
Além disso, a empresa já protocolou pedidos semelhantes para criar ETFs lastreados em outras criptos, como solana (SOL) e avalanche (AVAX). Isso mostra um claro interesse em diversificar os produtos financeiros baseados em ativos digitais.
BNB vai além da Binance. Embora tenha nascido como a moeda do maior exchange do mundo, BNB alimenta a BNB Chain, uma blockchain voltada para contratos inteligentes e aplicações descentralizadas. Por isso, muitos analistas a enxergam como mais que uma “moeda de utilidade”.
Por outro lado, o histórico regulatório da criptomoeda ainda levanta dúvidas. Em 2024, a SEC classificou a BNB como um título não registrado, o que desencadeou uma ação judicial contra a Binance. No entanto, as partes suspenderam o processo temporariamente em fevereiro de 2025 e devem decidir o rumo do caso até 14 de abril.
Esse contexto judicial coincidiu com a criação do Grupo de Trabalho sobre Criptomoedas na SEC, iniciativa do governo Trump, que pode influenciar decisões futuras sobre ativos digitais — inclusive o BNB.
O mercado observa com cautela. Apesar do anúncio, o preço da BNB caiu 1,64% nas últimas horas e está cotado a US$ 601. No acumulado de um ano, a valorização foi modesta: apenas 3%, segundo dados do TradingView. Mesmo assim, a criptomoeda mantém uma capitalização de mercado robusta de US$ 85 bilhões, ocupando o quinto lugar entre os maiores criptoativos do mundo.
Investidores seguem atentos à decisão da SEC, que terá a palavra final sobre a criação do ETF. Caso aprove, a medida pode consolidar a BNB como o próximo grande ativo digital a entrar no radar de investidores institucionais.
Se aprovado, o ETF de BNB abrirá uma nova porta para a integração entre finanças tradicionais e ativos digitais, fortalecendo ainda mais o espaço das criptomoedas no mercado regulado.
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