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Ultimate Champions: o cartola da rede polygon

O Ultimate Champions é um jogo do já consagrado gênero fantasy football, em que se atua como diretor de um clube.

Consiste em “contratar” os jogadores de uma liga, representados por “cartas virtuais”, e competir com base na performance desses jogadores em suas respectivas equipes. O objetivo é otimizar o orçamento do clube para montar times com os melhores jogadores disponíveis, capitalizar em cima das vitórias e, assim, seguir aprimorando a equipe.

O jogo

Após se cadastrar, o usuário utiliza um orçamento inicial para escolher 14 “cartas” de jogadores. A cada semana, o desempenho da equipe é recompensado com novas cartas e com tokens do jogo, que são usados para novas compras de cartas.

Visando maximizar as recompensas de cada rodada, o usuário utiliza estatísticas dos campeonatos reais para compor seu time com os jogadores de maior potencial.

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As cartas são emitidas sazonalmente, sendo válidas apenas por uma temporada, e variam em raridade de acordo com as habilidades do jogador. Cada “classe” de cartas também gera diferentes quantidades de pontos e bônus, gerando incentivos para os times compostos por aquelas mais raras.

Oferta Pontos Bônus
Comum Infinita 0 0
Rara 3.000 1 10%
Épica 300 10 15%
Mítica 30 100 25%
Única 1 3.000 50%

Além do modo de jogo normal, é possível atuar em torneios restritos, com prêmios maiores, compostos por cartas mais raras ou por outras condições (idade, país, cartas novas…). Também deve ser lançado, em breve, o modo Clash: um mata-mata que promete ações estratégicas inéditas no gênero, como banir jogadores adversários.

A economia do jogo

A economia do Ultimate Champions é movida, principalmente, pelas transações de jogadores no mercado – que pagam 5% de taxa para a plataforma – e pelas compras de pacotes de cartas, que podem ser normais ou premium.

Para mitigar a volatilidade de preço dos tokens e os possíveis impactos sobre a economia do jogo, o preço dos pacotes de cartas é denominado em dólares.

O jogo conta com dois tokens:

O MGC, ganho como recompensa a cada rodada, pode ser queimado em troca de pacotes de cartas. Este token é negociado apenas com o próprio app, sendo criado e destruído de acordo com as transações no jogo, e busca manter paridade de preço a US$ 0,01.

Já o token CHAMP pode ser usado em compras de jogadores no mercado ou de pacotes premium. Além disso, representa o direto à participação em ganhos e a outras funcionalidades da plataforma, sendo destinado a investidores e aos melhores jogadores.

A oferta de tokens CHAMP é limitada a 1 bilhão de unidades, sendo distribuída ao longo de 5 anos para os investidores, consultores, stakers, a empresa desenvolvedora (Unagi) e um fundo de reserva para o desenvolvimento do ecossistema.

As receitas são utilizadas para financiar as operações da Unagi e para remunerar os jogadores. Ao longo de 5 anos, a parcela que remunera os jogadores irá crescer de 25% para 50% das receitas, de forma a aumentar o total de incentivos oferecidos.

Também deverão ser implementadas outras fontes de receitas: leilões especiais para cartas de maior destaque; cosméticos, ou seja, itens que não afetam o desempenho da equipe; itens consumíveis em modos de jogo específicos; e NFTs como retratos, banners e estádios.

Análise

O Ultimate Champions atua em um nicho favorável para o potencial de sustentabilidade do jogo: como, em jogos deste tipo, muitos jogadores estão acostumados a pagar para jogar, será possível honrar a distribuição de ganhos com receitas geradas na plataforma.

O projeto é executado por uma dupla de CEOs experientes e uma equipe com bom histórico de jogos gratuitos na Ubisoft, uma das principais empresas do ramo.

Conta com o investimento de fundos de Venture Capital e com parcerias de peso, com destaque para o CEO da Ubisoft, co-fundadores da rede Polygon e do projeto de metaverso cripto The Sandbox.

O projeto ainda tem alcance reduzido, com apenas o Arsenal como clube relevante no jogo, mas já alcançou clubes menores da França e da Escócia, além da primeira divisão romena. O planejamento para 2023 inclui a ampliação para o basquete, a listagem do token CHAMP em exchanges (terceiro trimestre) e o lançamento do mercado de jogadores.

Também deverão ser implementados o staking, com remunerações restritas aos times registrados em determinados modos de jogo; e um multiplicador de recompensas de staking com base na performance do time. Estas medidas deverão estimular os investidores de CHAMP a jogar e os jogadores a investir, desincentivando comportamentos predatórios.

Conclusão, riscos e oportunidades

O Ultimate Champions é, sem dúvida, um lançamento relevante para o ecossistema de jogos em blockchain. Com um time experiente, boas parcerias e um modelo econômico sólido, as bases estão estabelecidas para um possível título AAA.

A credibilidade do projeto é apoiada pelo rol de parceiros e investidores importantes e por uma auditoria, realizada pela Certik, dos endereços e contratos inteligentes utilizados.

No que se refere à expansão de parcerias com clubes, a existência de contratos com jogos similares e os altos custos envolvidos pode ser limitadora. Campeonatos menos relevantes, como os de países de baixa renda, poderão combinar uma maior facilidade de entrada com públicos mais numerosos.

Já no aspecto discricionariedade, o jogo conta com alguns riscos de diluição exagerada. Como o time pode incluir novas equipes, “níveis” de raridade, definir a quantidade de pacotes de edição limitada e as recompensas especiais para os melhores jogadores, a emissão de cartas e tokens deverá ser moderada para não derrubar os preços.

Por fim, será importante observar o comportamento dos investidores e da equipe quando os primeiros tokens CHAMP forem ao mercado (3 meses após o seu lançamento). Vendas imediatas de grandes volumes podem denotar pouco comprometimento com o longo prazo e, com isso, afetar a credibilidade do jogo.

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Artigo produzido em parceria com Thiago Silva Moreira.

Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil.

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