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Tether diz que auditoria financeira completa não será feita agora

Paolo Ardoino, o diretor de tecnologia (CTO) da Tether Holdings Limited, empresa por trás da maior stablecoin do mercado, a USDT, informou que a auditoria financeira completa das reservas da empresa, prometida há vários anos, está a “provavelmente meses” de distância.

De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, a declaração de Ardoino ocorreu na última semana.

“As coisas estão indo mais devagar do que gostaríamos”, disse Arduino.

Relatórios da Tether

Conforme informa a reportagem, a Tether está prometendo uma auditoria completa desde 2017. Mas até hoje, a empresa que emite a stablecoin com mais de US$ 67,5 bilhões em valor de mercado, não emitiu um parecer completo e com detalhes das reservas.

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Em vez disso, publica relatórios trimestrais (e agora mensais) sobre a reserva da USDT, assinados por sua empresa de contabilidade.

Segundo a reportagem, esses “atestados” aprovam os números fornecidos pela empresa para uma data e hora específicas. No entanto, não atestam as transações antes ou depois desta data, tornando os relatórios mais propensos ​​a uso ​​para pintar um quadro diferente do real.

“Um atestado de 2017 da Tether foi distorcido por sua empresa irmã, Bitfinex, transferindo US$ 382 milhões para sua conta bancária, horas antes de os contadores verificarem os números, disse a Commodity Futures Trading Commission no ano passado. A Tether resolveu o caso com o regulador dos EUA sem admitir ou negar”, diz a reportagem.

De acordo com John Reed Stark, ex-chefe de fiscalização da Internet na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, a Tether precisa de uma auditoria semelhante a uma “colonoscopia corporativa, que diga aos investidores tudo sobre o que está em suas reservas”.

É claro que as auditorias não necessariamente previnem ou preveem insolvências. O credor de criptomoedas Voyager Digital, por exemplo, obteve uma opinião de auditoria sem ressalvas. Mas menos depois entrou em colapso e decretou falência.

Por outro lado, as auditorias podem ajudar os investidores a entender os riscos que estão correndo.

Reservas da Tether (USDT)

Neste mês, conforme noticiou o CriptoFácil, a Tether contratou a BDO Italia como sua nova empresa de contabilidade. De acordo com o anúncio, a empresa será responsável por produzir relatórios sobre as reservas da USDT. Além disso, a empresa informou que os seus relatórios de reserva passariam a ser mensais em vez de trimestrais.

Em seu relatório mais recente, a empresa de auditoria confirmou que a Tether reduziu em 58% as suas participações em papéis comerciais em relação ao trimestre anterior.

Ainda segundo o relatório, as reservas da USDT tinham no dia 30 de junho: R$ 150 bilhões (US$ 28,9 bilhões) em títulos do Tesouro dos EUA; cerca de R$ 35,5 bilhões (US$ 6,8 bilhões) em fundos do mercado monetário; R$ 28 bilhões (US$ 5,4 bilhões) de dinheiro e depósitos bancários; acordos de recompra reversa de quase R$ 15,6 bilhões (US$ 3 bilhões); e títulos do Tesouro não americanos de cerca de R$ 2 bilhões (US$ 397 milhões).

AUSDT é a única grande stablecoin a incluir tokens como uma parte de suas reservas. Segundo Steven Kelly, pesquisador associado sênior da Yale School of Management, está é “certamente uma categoria mais arriscada” do que os ativos normalmente usados ​​para lastrear as moedas.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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