Chegamos ao quinto episódio da Série Mercado P2P Brasileiro. Esse conteúdo, exclusivo do Criptomoedas Fácil, tem como objetivo mostrar o ponto de vista de alguns dos principais vendedores do mercado P2P nacional. Os quatro episódios anteriores podem ser vistos aqui, aqui, aqui e aqui.
Hoje entrevistamos André Maso. Conhecedor do Bitcoin desde 2012 e investidor desde 2014, Maso trabalha com vendas P2P através de sua empresa, a 1A1Cripto, e também fornece serviços de consultoria. Conversamos mais sobre a sua trajetória e a sua visão de mercado em uma entrevista muito produtiva. Confiram!
Criptomoedas Fácil: Olá, André. Quando você conheceu o Bitcoin e como entrou neste universo?
André Maso: Conheci no final de 2012 na deep web e levei um tempo estudando sobre o assunto para começar a investir, de fato, em 2014.
CF: Há quanto tempo você atua como P2P?
AM: Estou na modalidade P2P há pouco mais de três anos e meio. Há três meses, eu e meu sócio abrimos a 1A1Cripto, empresa especializada em compra e venda de criptomoedas e consultoria no ramo.
CF: O serviço de consultoria da 1A1Cripto é focado em quais áreas?
AM: Nós nos moldamos geralmente no perfil de cada cliente e tentamos suprir as necessidades individualmente. Temos clientes com dúvidas na instalação da carteira e temos clientes querendo operar grandes volumes internacionalmente. Poderíamos dizer que o foco é introduzir as pessoas na criptoesfera de forma prudente e consciente.
CF: Como você avalia o mercado de venda P2P neste primeiro semestre de 2018? Como a queda de preço vivenciada no primeiro semestre deste ano impactou suas negociações?
AM: Tive uma queda considerável no volume das transações nesse primeiro semestre em volume relacionado a investimento. Os clientes que utilizam de fato como moeda permaneceram utilizando a tecnologia e movimentando seus volumes normalmente.
CF: Um recente artigo avaliou a performance do mercado P2P através da ferramenta Localbitcoins. A conclusão tirada foi de que o mercado P2P tem aumentado em volume na América Latina, especialmente no Brasil, na Argentina e na Venezuela. Você sente que isso refletiu em suas negociações?
AM: Sim. Morei cinco anos em Roraima e boa parte desse tempo me dediquei ao atendimento de venezuelanos que sofriam com a variação diária do câmbio local. O aumento das transações é expressivo desde o final de 2016. Para mim, é um prazer enorme saber que de alguma forma ajudo em alguns casos e, principalmente alguns de necessidade extrema, como a fome.
CF: No período que você morou em Roraima, a procura dos venezuelanos por Bitcoin era mais destinada a quais fins?
AM: Os venezuelanos que estão em Boa Vista a trabalho utilizavam (e utilizam) para enviar dinheiro para seus familiares na Venezuela.
CF: Você sabe dizer se em 2018 o seu volume de negociações foi maior para novos clientes ou para clientes já fidelizados?
AM: Em 2018 praticamente não houveram novos clientes e o volume de negociações foi basicamente de clientes já fidelizados no passado e que dependem de alguma forma da tecnologia.
CF: Qual a maior dificuldade que você considera ao negociar com novos entrantes no mercado?
AM: Falta de informação. Existe uma grande vontade nas pessoas de ficarem ricas logo, porém atropelam o principal: o aprendizado. Por isso os projetos que mais apoio no Brasil são os que levam informações corretas para as pessoas. O Criptomoedas Fácil e o Fernando Ulrich são exemplos de trabalho bem feito e que atuam de modo imparcial no mercado.
CF: Você sabe dizer para qual finalidade a maioria dos seus clientes compra criptomoedas? (para investir, para fazer pagamentos, etc)
AM: Posso dizer que 80% dos meus clientes utilizam como função de moeda para realizar remessas, pagamentos, entre outras. Os demais 20% são investidores de vários perfis, indo de conservadores até os mais agressivos.
CF: Além do Bitcoin, seus clientes também buscam outras criptomoedas? Quais?
AM: Sim, trabalho na 1A1Cripto com mais de 200 criptomoedas diferentes. As mais procuradas além do Bitcoin são Ethereum, Monero, Zcash, EOS, Cardano, IOTA, TRON, Tezos, etc.
CF: Como você acredita que as OTCs (mesas de negociação) podem influenciar em suas negociações?
AM: Acredito que aumentariam as ofertas e demandas do mercado, consequentemente aumentando meu fluxo de transações. Vejo como um ponto positivo.
CF: A maioria dos clientes são pessoas físicas ou jurídicas?
AM: A maioria é de pessoa física, porém também atendo diversas pessoas jurídicas.
CF: Qual o preço de referência que você utiliza para dar a cotação do Bitcoin e de possíveis outras criptomoedas?
AM: Usei por muito tempo a Foxbit, mas agora estou migrando (com uma certa relutância) para BitcoinTrade ou Bitcambio.