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Sei quer dar adeus ao Cosmos e investir tudo no Ethereum

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A Sei Network anunciou nesta quinta-feira (08),  um plano ousado para abandonar o suporte ao Cosmos e investir totalmente no Ethereum. A proposta veio de Philip Su, líder de engenharia da Sei Labs, que acredita que a mudança eliminará complexidades desnecessárias e fortalecerá a posição da rede no ecossistema Ethereum.

O principal objetivo da mudança é simplificar a infraestrutura da blockchain Sei. Atualmente, a rede suporta tanto o EVM (Ethereum Virtual Machine) quanto o CosmWasm, o que proporciona flexibilidade, mas também gera complexidade para desenvolvedores e usuários. Assim, para Su, a transição para um único suporte promete uma experiência mais fluida e uma comunidade mais coesa e engajada.

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O suporte duplo traz desafios significativos, segundo Su. Além disso, a coexistência de dois ambientes distintos torna o código mais complexo e dificulta o processo de depuração e testes.

“Ao focarmos exclusivamente no EVM, vamos facilitar o desenvolvimento e reduzir a sobrecarga de infraestrutura”, explicou.

Sei e Ethereum: a escolha natural

A preferência pelo Ethereum não é por acaso. Hoje, a maioria das aplicações financeiras descentralizadas (DeFi) opera sobre o EVM, que também serve de base para blockchains robustas como a BNB Chain e a Base, ligada à Coinbase. A escolha pelo EVM coloca a Sei em sintonia com as principais plataformas DeFi, ampliando seu alcance e atraindo desenvolvedores.

Imagem: Github

Na contramão, o CosmWasm, tecnologia central do Cosmos, apresenta menor popularidade entre desenvolvedores DeFi. A retirada desse suporte, portanto, busca consolidar a identidade da Sei no ecossistema Ethereum, evitando conflitos tecnológicos e promovendo maior integração.

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Nem todos na comunidade Sei concordam com a mudança. Barry Plunkett, porexemplo, o co-CEO da Interchain Labs, ressaltou que, mesmo com o abandono do CosmWasm, a Sei continuará sendo uma blockchain baseada no Cosmos. Desse modo, recursos como staking e governança permanecerão ativos, garantindo que a base da rede não se perca por completo.

Além disso, a proposta levanta preocupações entre desenvolvedores que investiram em projetos baseados no CosmWasm. Para discutir o tema, o grupo Build with Sei, administrado pela Fundação Sei, realizará uma chamada aberta no próximo dia 14 de maio. A ideia é ouvir a comunidade e obter feedback sobre a decisão.

Adesão ao EVM impulsiona crescimento

A transição não acontece por acaso. Desde o lançamento da segunda versão da Sei em julho de 2024, que passou a oferecer suporte ao EVM, a rede registrou um aumento significativo na adoção. De um modesto volume de US$ 50 milhões em depósitos, a Sei saltou para US$ 1 bilhão, consolidando-se como a 15ª maior blockchain em valor total bloqueado, segundo dados da DefiLlama.

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O movimento de integração ao Ethereum também responde à demanda dos desenvolvedores, que, em sua maioria, preferem trabalhar com o EVM. O sucesso do modelo ficou claro quando o fluxo de novos usuários migrou massivamente para o ambiente Ethereum, deixando o CosmWasm em segundo plano.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.