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Uma das maiores favelas do Brasil, a Rocinha, está sendo mapeada digitalmente via blockchain pela projeto Senseable City Lab do MIT, em parceria com a cidade do Rio de Janeiro.
O objetivo é, a partir da digitalização da cada canto da favela, contribuir para a erradicação da pobreza e melhorar o acesso à serviços públicos, como água e coleta de lixo.
Além disso, os dados que estão sendo gerados podem ser usados para criar registros de propriedade em blockchain.
Assim, esses documentos poderão ser gerenciados e negociados com menos burocracia e menos custos de transferência de títulos.
De acordo com uma publicação desta quarta-feira (28) do Technology Review, esta será a primeira vez que a Rocinha é mapeada dessa forma:
“Os pesquisadores de nossa equipe estão transportando scanners 3D pelos becos estreitos e descendo as ladeiras. A expectativa é capturar cada centímetro do bairro de 1,5 quilômetro quadrado. Cerca de 300.000 pontos de dados são gerados a cada segundo.”
O texto observa ainda que essas varreduras em 3D podem gerar preocupações a respeito da privacidade de dados.
Entretanto, eles ressaltam que se conseguirem resolver esta questão, os moradores da Rocinha poderão comprar e vender seus imóveis de forma muito mais prática do que seria com qualquer sistema formal de registro de propriedades.
“Conhecer melhor o traçado físico das favelas também pode melhorar as condições de vida. Os designers urbanos podem usar esses dados para decidir onde instalar escadas ou quais estruturas remover para permitir a entrada de mais ar, sol ou luz.”
Conforme detalhou o texto, o custo para escanear toda a comunidade da Rocinha será de cerca de R$ 320 mil. O prazo para execução do trabalho, no entanto, não foi informado.
Segundo o MIT, grande parte das cidades nasceu da informalidade, como Paris, Cingapura e Nova Iorque. No entanto, após suas respectivas intervenções, esses espaços foram transformados.
Nesse sentido, os pesquisadores destacam que a Rocinha pode se tornar a “cidade do amanhã” com esse mapeamento.
Por fim, pontuam que o trabalho é feito junto aos moradores da favela que são “especialistas” na área:
“Alguns já mapeavam suas comunidades com papel e caneta muito antes de começarmos nosso trabalho com scanners 3D. Trabalhando ao lado deles, podemos encontrar um novo equilíbrio entre as forças de cima para baixo e de baixo para cima que moldaram as cidades desde sua origem.”
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