Economia

Real digital não ampliará controle estatal, diz coordenador do Drex

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Durante o evento Criptorama 2024, promovido pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (Abcripto), o coordenador do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, afirmou que o real digital, conhecido como Drex, não ampliará o controle ou a visibilidade do Banco Central sobre as finanças pessoais da população.

Conforme enfatizou Araujo, a operação do Drex será descentralizada, conduzida por diversos “nós” geridos por instituições financeiras participantes do projeto piloto.

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De acordo com reportagem do Valor Econômico, Araujo explicou que o Drex não adota um processo estatal de conhecer seu cliente (KYC) para todos os usuários. Segundo ele, a rede opera com pseudoanonimidade e pode ser incrementada com soluções de prova de conhecimento zero (ZKP). Na prática, isso dificultaria a análise individualizada de transações.

“Os participantes operam nós e não fazemos KYC de ninguém. Somente os bancos têm acesso a esses dados, assim como já acontece hoje”, declarou.

Atualmente, o projeto do Drex encontra-se em sua segunda fase, com inscrições abertas para novos consórcios até 29 de novembro. Araujo ressaltou a importância da entrada de novos participantes para descentralizar ainda mais o sistema, hoje formado majoritariamente por grandes bancos.

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Impactos do Drex no crédito e no financiamento imobiliário

Um dos principais objetivos do Drex, segundo Araujo, é reduzir os custos de crédito ao facilitar a utilização de garantias tokenizadas como colaterais em empréstimos. Ele destacou que a iniciativa pode democratizar o acesso ao crédito e diminuir o spread bancário.

Entre os casos de uso em teste, está a oferta de crédito utilizando garantias tokenizadas, como CDBs, conduzida por consórcios envolvendo instituições como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Guto Antunes, head de ativos digitais do Itaú, comentou que o objetivo é simplificar processos e criar infraestrutura acessível.

Além disso, Araujo apontou que o Drex tem potencial para reduzir os custos no financiamento imobiliário, especialmente ao eliminar a necessidade de reconciliação manual de dados, hoje dependente de sistemas de documentação frequentemente desatualizados.

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“O potencial de ganho de eficiência é muito grande, já que a tecnologia atual é complicada e cara”, afirmou.

Avanços na programabilidade e nas DLTs

Outra vantagem mencionada por Araujo é a programabilidade permitida pelas redes de registro distribuído (DLTs), que viabilizam operações mais rápidas e seguras. Essa funcionalidade é apontada como essencial para modernizar sistemas financeiros e reduzir custos operacionais.

Araujo reafirmou que o Drex poderá trazer avanços significativos para o mercado financeiro brasileiro, ao mesmo tempo que mantém as proteções e privacidades já estabelecidas na infraestrutura atual.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.