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Quase R$ 10 bilhões em criptomoedas foram manipulados via wash trading

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O wash trading é uma prática que vem prejudicando milhares de investidores de criptomoedas em todo o mundo. De acordo com a empresa de monitoramento e vigilância de mercado Solidus Labs, mais de US$ 2 bilhões em criptomoedas foram manipulados por meio de operações de wash trading. Essa prática está afetando os preços e volumes de mais de 20.000 tokens em exchanges descentralizadas (DEX).

Também conhecido como self-trading, wash trading envolve a compra e venda de um ativo financeiro, como criptomoedas, pelo mesmo indivíduo, com o objetivo de manipular o mercado. Isso cria uma ilusão de atividade que distorce os preços e volumes de negociação.

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O relatório da Solidus Labs destaca que essa prática é especialmente utilizada em pools de liquidez de DEXs, que muitas vezes são os primeiros a listar novos criptoativos.

Isso ocorre porque os desenvolvedores buscam atrair especuladores e investidores para suas moedas, visando obter lucros e direcioná-los para exchanges centralizadas (CEX), onde ocorre a maior parte do comércio global.

Os pools de liquidez são reservas de tokens bloqueados em plataformas específicas, usados para facilitar a negociação e fornecer liquidez.

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Criptomoedas e Wash trading

A empresa destacou como exemplo o token SHIBAFARM, que atraiu a atenção durante uma alta em maio de 2021. Alguém realizou uma série de negociações consigo mesmo, levando a um aumento significativo nos preços e lucros de US$ 2 milhões para o manipulador. Essa estratégia foi repetida em mais de 20 tokens.

A Solidus Labs enfatizou que suas descobertas são baseadas em uma amostra de apenas 1% de todos os pools de liquidez Ethereum DEX, sugerindo que o verdadeiro alcance da manipulação pode ser “de grande magnitude”.

Com base na amostra analisada, foram identificadas operações de wash trading em 67% dos pools e em 13% dos volumes de negociação. Isso destaca que as finanças descentralizadas (DeFi) não estão imunes a essa prática comum nos mercados financeiros emergentes.

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A empresa também ressaltou a questão regulatória em DeFi sobre quem é responsável pela detecção e prevenção do wash trading, sugerindo que essa atividade é detectável e, em muitos casos, evitável.

Especialistas indicam que, assim como nas finanças tradicionais, a função de prevenção da autonegociação (STPF) deveria ser implementada nas exchanges descentralizadas. Isso poderia impedir milhões de operações do tipo detectadas até agora.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.