Um esquema de venda de decisões parece ter esbarrado na esfera das criptomoedas.
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a manutenção da prisão preventiva dos envolvidos no esquema de venda de decisões no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).
O MPF destacou no pedido que dois dos réus presos no âmbito da Operação Faroeste possivelmente usaram criptomoedas para lavar o dinheiro ilícito.
Isso porque, durante a prisão do casal Adailton e Geciane Maturino foram encontrados cheques destinados à negociação de criptomoedas. Segundo o órgão, isso indica a prática de lavagem de dinheiro.
O pedido de manutenção das prisões preventivas foi enviado ao STJ na quinta-feira (17).
Adailton e Geciane Maturino, Antônio Roque, Márcio Duarte, Maria do Socorro e Sérgio Humberto estão presos desde novembro de 2019.
Eles são acusados lavagem de dinheiro, constituição e integração de organização criminosa.
De acordo com as investigações, o esquema de vendas de sentenças teria sido criado por Adailton Maturino. Em seguida, ele passou a contar com o apoio de magistrados do TJBA. O objetivo do esquema era regularizar terras oriundas de grilagem localizadas no oeste do estado.
Suspeita-se que o grupo envolvido no esquema tenha movimentado cifras bilionárias.
No pedido enviado pelo MPF consta que é imprescindível a manutenção das prisões para o levantamento de provas relativas aos réus.
O MPF ainda destacou que além das três ações penais já iniciadas, há, ainda, outras três linhas de apuração. Por isso, é importante que os réus permaneçam presos.
A peça foi assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.
Nela, Araújo justificou que contra os réus “pesam atos graves que abalam a ordem pública e a normal colheita de provas, contemporâneos e cuja única resposta para sua cessação é a prisão preventiva”.
Além disso, o MPF alega que não houve alteração na situação dos réus que justificasse a soltura.
Sobre o casal, o MPF afirmou que eles movimentaram R$ 26,1 milhões sem comprovação de origem.
De posse do casal também foram encontrados uma aeronave, uma lancha avaliada em R$ 400 mil e carros de luxo.
“No momento da prisão também foram encontrados com Geciane e Adailton talonários de cheque de contas diversas, inclusive com cheques destinados ao pagamento de negociação de criptomoedas, o que indica prática de lavagem de dinheiro”, disse o MPF.
Ao fim do documento, a subprocuradora ainda enfatizou que a prisão dos réus é necessária porque, mesmo após a deflagração da Operação Faroeste, agricultores continuaram sendo extorquidos e ameaçados por pistoleiros.
“Em outras palavras, constata-se, no caso concreto, indícios de reiteração delitiva em um contexto de corrupção sistêmica. O que coloca em risco a ordem pública”.
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