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Portadores de Bitcoin dobram sua riqueza a cada 18 dias na Venezuela

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Se o momento parece ameaçador para os usuários de Bitcoin por causa das recentes quedas de preço, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, existe um país onde a cotação da moeda segue em constante crescimento.

Esse país é a Venezuela.

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Ao passo que brasileiros e norte-americanos discutem sobre até quando irá durar o movimento de baixa em 2018, os venezuelanos seguem um caminho radicalmente oposto: no país, a cotação do Bitcoin dobra de preço a cada 18 dias.

Isso mesmo: um venezuelano que investiu em Bitcoin hoje (09/08) verá o seu patrimônio dobrar de valor sem ter feito nenhum esforço. Basta comprar e aguardar.

Embora esse método de obter riqueza pareça atraente para muitas pessoas, ele é resultado de um fenômeno que está destruindo a economia da nação: a hiperinflação.

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Deu milhão!

Há apenas um ano, uma xícara de café na Venezuela custava 2.300 bolívares. Hoje, no entanto, de acordo com o Índice Café Con Leche da Bloomberg, comprar a mesma xícara de café custa cerca de 2 milhões de bolívares. Quer melhor maneira de exemplificar o avanço da hiperinflação desenfreada que assola o país?

Infelizmente, os dados não param por aí. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a taxa de inflação atingirá o absurdo valor de 1.000.000% – sim, um milhão por cento – até o final de 2018. Em outras palavras, na taxa de inflação atual, os preços no país estão dobrando aproximadamente a cada 18 dias. E isso inclui o Bitcoin.

Bitcoin indo ao resgate

Nessa situação, dados apontam que mais de 80% da população vive na pobreza absoluta. Para conseguir comprar itens básicos de sobrevivência, como carne, ovos e pão, os venezuelanos precisam desembolsar somas astronômicas de dinheiro (como mostrou o exemplo do café). E é nesse cenário que a procura por uma moeda estável fez o preço do Bitcoin e de outros ativos digitais disparar no país.

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De acordo com o que os portais Bitcoinist e Criptomoedas Fácil já relataram recentemente, a hiperinflação está causando uma onda de compras do Bitcoin, que alcança novas máximas de preço a cada semana. Essa tendência não apenas segue em alta, mas também cresce a taxas exorbitantes. Desde junho, os volumes negociados semanalmente do Bitcoin mais do que dobraram, atingindo mais de 17 trilhões de bolívares somente nesta semana, de acordo com a Coindance.

Cotação exponencial

No momento de criação desta matéria, 1 Bitcoin vale cerca de 900 milhões de bolívares, de acordo com o site Exchange Rate. A taxa de câmbio real no país seja desconhecida em meio a um próspero mercado negro, o que fez o Banco Central da Venezuela tornou-se uma fonte não confiável devido à hiperinflação.

Para efeitos de comparação, 1 Bitcoin custava o equivalente a 70 milhões de bolívares a cerca de um ano. Em 12 meses, a cotação aumentou em espantosos 1.200%.

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O aumento astronômico nos volumes negociados de BTC no país, no entanto, sinaliza que os moradores locais estão procurando uma reserva alternativa de valor. A constante valorização da menor unidade da Bitcoin, chamada “satoshi”, contra o bolívar venezuelano é um excelente exemplo do destino final das moedas fiduciárias.

À medida que a hiperinflação continua, espera-se que a adoção do Bitcoin e de outros ativos (como Dash e Ether) aumente ainda mais no país. Será que veremos a primeira nação a adotar alguma criptomoedas como dinheiro corrente?

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.