Em uma operação de combate à mineração ilegal de Bitcoin, o governo do Paraguai confiscou aproximadamente 10 toneladas de equipamentos utilizados em um pool de mineração na cidade de Lambaré.
A ação da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE) faz parte de uma política rigorosa contra a extração não autorizada de energia. Afinal, o recurso é essencial para a economia do país.
A operação contou com a participação de técnicos especializados da ANDE. Eles desmontaram instalações elétricas e apreenderam equipamentos avaliados em cerca de US$ 1.500.000.
“Estamos levando cinco transformadores. Um de grande porte, de aproximadamente 4.000 kVA, e outros menores de 300 kVA, além dos condutores que fazem parte da instalação elétrica”, disse Lucio Ortiz, chefe de intervenções departamentais da ANDE.
Ortiz destacou que todo o material de mineração de Bitcoin apreendido irá par o depósito em Trinidad. Esta apreensão faz parte de uma série de intervenções realizadas no mesmo local desde fevereiro, quando foi descoberta a conexão ilegal em um depósito de 150 metros quadrados no bairro de “Puerto Pabla”.
A operação mais recente de apreensão de equipamentos de mineração de Bitcoin é a terceira intervenção no local, onde anteriormente haviam sido confiscados processadores ASIC. O novo fiscal nomeado para o caso coordenou a ação, juntamente com os técnicos da ANDE, para apreender transformadores e processadores remanescentes.
“A conexão ilegal de energia elétrica, perturbação do serviço público e sabotagem são acusações habituais contra os envolvidos”, afirmou o engenheiro Hugo Rolón, gerente comercial da ANDE.
O acusado principal, Albino Rojas González, já responde por outras acusações de extração ilegal de energia em Quiindy e San Antonio. Apesar das ações rigorosas, há suspeitas crescentes de conluio entre técnicos da ANDE e autoridades locais.
Ortiz revelou que um funcionário, identificado como Triguis, estaria envolvido na montagem de vários pools de mineração de Bitcoin. Além disso, teria ajuda de outros seis engenheiros.
“Estima-se que o custo para instalar um estabelecimento de mineração ilegal seja de meio milhão de dólares”, disse Ortiz.
Embora o governo tenha realizado cerca de 72 operações desde 2019, a efetividade das medidas legais contra os mineradores clandestinos é questionada. Nelson Medina, advogado e assessor legal da ANDE, menciona que a baixa taxa de processos efetivos permite que muitos imputados evitem penas severas mediante doações ou reparações sociais.