O banco digital Nubank publicou no dia 22 de janeiro em seu blog um guia sobre como identificar e porque evitar pirâmides financeiras. A publicação explica porque uma pirâmide financeira é insustentável, bem como apresenta parâmetros para identificar um desses esquemas, os mesmos parâmetros utilizados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).
De acordo com a publicação, de forma resumida, uma pirâmide financeira é um sistema que funciona por meio de “indicação desenfreada de novos membros, até que o número se torna tão absurdo que o esquema quebra”. Além disso, essas empresas propositalmente utilizam informações rasas e confusas, bem como promessas absurdas como “ganhe dinheiro sem sair de casa” e retornos estratosféricos em pouco tempo.
O banco digital ainda reforça que investidores devem ter atenção com termos como “marketing multinível”, geralmente utilizados para ocultar a identidade de uma pirâmide financeira. Em termos de insustentabilidade de um esquema deste tipo, o Nubank faz um rápido cálculo matemático:
“Em um esquema em que cada pessoa deve indicar outras seis, por exemplo, basta aplicar uma regra de progressão geométrica para descobrir que:
Seriam necessários 10 milhões de membros até o nível 9;
O nível 11 exigiria cerca de 360 milhões de participantes – mais do que os números de habitantes no Brasil, Colômbia, Argentina, Venezuela e Peru somados;
À altura do nível 13, não haveria pessoas suficiente no planeta para popular o degrau.”
De fato, não é preciso cálculos matemáticos avançados para concluir que é realmente inviável que um esquema que depende da entrada de novos participantes se sustente. Além disso, a publicação revela parâmetros utilizados pela SEC para identificar pirâmides financeiras.
Potenciais investidores devem evitar empresas que dão ênfase ao recrutamento de novos membros; empresas que oferecem produtos com poucas informações, de forma que o afiliado não sabe bem o produto que está vendendo; promessas envolvendo retornos massivos em pouco tempo; empresas sem registro junto a órgãos reguladores; e estrutura de comissão confusa, com pernas, binários e demais termos sem muita explicação.
Apesar de parecer óbvio reconhecer uma pirâmide financeira, a ausência de oportunidades aliada à falta de educação financeira na estrutura educacional do país são fatores que fazem pessoas correrem o risco, na busca de ter uma vida melhor. Infelizmente, não é o que acontece.
Para denunciar um negócio que potencialmente é uma pirâmide financeira, basta acionar o Ministério Público (federal ou estadual), ou as polícias civil ou federal.
O CriptoFácil abordou recentemente o tema de empresas que oferecem retornos absurdos sobre investimentos, usando como pretexto as palavras “Bitcoin” ou “criptomoedas”.
Pelo fato de boa parte do público não entender realmente sobre esses temas, e considerando o que foi tratado pela publicação do Nubank sobre ofertas “confusas”, é normal que investidores acreditem e comprem a ideia – para posteriormente ficarem com valores presos nessas plataformas.
Além de lesar investidores, essas empresas distorcem os conceitos usados por elas em suas campanhas de marketing, como Bitcoin e criptomoedas. É importante entender que estes conceitos em nada se relacionam com tais ofertas.
As empresas usam tais termos justamente por reconhecer a falta de entendimento do público, e aliam termos turvos com propostas chamativas. Desta forma, investir em tais negócios não significa investir em criptomoedas.
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