O preço do token MOVE, que alimenta a blockchain Movement, caiu 20% na manhã desta sexta-feira (02). Essa queda ocorreu após a Movement Labs anunciar a suspensão do cofundador Rushi Manche.
A decisão de suspender Manche ocorreu após a Coinbase suspender as negociações do token MOVE devido a denúncias de venda de tokens. De acordo com a denúncia, um dos formadores de mercado do MOVE supostamente adquiriu e vendeu mais de 5% da oferta do token. Como resultado, o preço do MOVE caiu não por forças de mercado, mas devido a esta manipulação.
“Confirmamos que Rushi Manche foi suspenso da Movement Labs. Tomamos essa decisão em vista dos eventos em andamento e porque a Groom Lake ainda está conduzindo uma investigação sobre a governança organizacional e incidentes recentes envolvendo um formador de mercado”, disse a equipe do projeto.
O token MOVE caiu cerca de 20% no dia, de acordo com dados do CoinGecko. Por causa dessa queda, o preço do token saiu de quase US$ 0,24 para US$ 0,20 até o fechamento desta matéria.
Tudo começou com um acordo financeiro que deveria ajudar a lançar o token MOVE. Em vez disso, o acordo levou a um escândalo de venda de tokens, um banimento da Binance e disputas internas nos bastidores.
A Movement, projeto de blockchain por trás da criptomoeda MOVE, assinou um acordo financeiro que concedeu à Web3Port controle descomunal sobre o mercado de seu token. O acordo levou à venda de 66 milhões de tokens MOVE no dia seguinte à estreia do ativo em corretoras em 9 de dezembro.
Esse movimento desencadeou uma queda acentuada no preço e alegações de uso de informações privilegiadas em um projeto de criptomoeda endossado pela World Liberty Financial, a empresa de criptomoedas apoiada por Donald Trump.
Cooper Scanlon, cofundador da Movement Labs, disse aos funcionários em uma mensagem no Slack em 21 de abril que a empresa estava investigando o caso. O valor negociado correspondia a mais de 5% da oferta de MOVE, mas a Web3Port enviou os tokens para um intermediário chamado Rentech.
A Fundação MOVE alegou que foi induzida a acreditar que a Rentech era uma subsidiária da Web3Port. Mas aparentemente não era o caso. Já a Rentech nega qualquer manipulação no preço do token.
O contrato da Movement com a Rentech emprestou a uma única contraparte cerca de metade do estoque de ações da MOVE em bolsa, de acordo com um memorando interno da Fundação. Isso concedeu à entidade um grau excepcionalmente alto de controle sobre o token, o que permitiu a manipulação.
O mais preocupante é que “há incentivos basicamente para manipular o preço para mais de US$ 5 bilhões em valor totalmente diluído e, em seguida, despejar no varejo para lucro compartilhado”, concluiu Zaki Manian, um veterano fundador de criptomoedas que revisou os documentos.
“Até mesmo participar de uma discussão onde isso está no papel é insano”, completou.
Posteriormente, a Binance baniu a conta de criação de mercado por “má conduta”, e a Movement anunciou um plano de recompra de tokens. No entanto, a exchange não retirou o token de sua plataforma. Já a Coinbase decidiu remover as negociações do MOVE enquanto as investigações continuam.
Assim como as opções de ações em startups, as alocações de tokens em projetos de criptomoedas normalmente estão sujeitas a períodos de bloqueio, com o objetivo de impedir que insiders vendam grandes participações durante o início das negociações de um projeto. Esse bloqueio aparentemente não funcionou no caso da Movement.