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O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos adicionou nesta sexta-feira (6) um mixer (“misturador”) de criptomoedas à sua lista de entidades sancionadas.
De acordo com o Tesouro dos EUA, hackers norte-coreanos usaram recentemente o mixer para lavar ativos digitais.
“Sob a pressão de sanções robustas dos EUA e da ONU, a RPDC recorreu a atividades ilícitas, incluindo roubos cibernéticos de exchanges de criptomoedas e instituições financeiras, para gerar receita por suas armas ilegais de destruição em massa e programas de mísseis balísticos”, disse o Departamento do Tesouro.
O mixers de criptomoedas são programas que embaralham transações com ativos digitais. Eles normalmente trabalham agrupando transações e enviando-as para novos endereços. Ou seja, um remetente pode depositar moedas digitais e retirá-las de um novo endereço “limpo”. Como resultado, torna-se mais difícil verificar quais foram a origem e o destino dos fundos transacionados.
Citando o uso do misturado em ataques cibernéticos patrocinados pelo Estado norte-coreano, os EUA decidiram sancionar o Blender.
O mixer, então, foi incluído na lista de “Nacionais Especialmente Designados” juntamente com diversos endereços de criptomoedas.
Segundo o Tesouro, o Blender ajudou hackers apoiados pela Coreia do Norte a lavar parte dos fundos roubados da Ronin da Axie Infinity.
“Em 23 de março de 2022, o Lazarus Group, um grupo de hackers cibernéticos patrocinado pelo estado da RPDC, realizou o maior roubo de moeda virtual até hoje, no valor de quase US$ 620 milhões, de um projeto blockchain vinculado ao jogo online Axie Infinity; o Blender foi usado no processamento de mais de US$ 20,5 milhões do produto ilícito.”
Como mencionado, os mixers ajudam a ocultar a origem dos ativos digitais. Por isso, são popularmente usados por criminosos no processo de lavagem de ativos.
A maioria dos hacks no ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) no Ethereum, por exemplo, tende a usar o Tornado Cash. O mixer aproveita as provas de conhecimento zero para ajudar os usuários a cobrir seus rastros na blockchain.
A atualização mais recente do Tesouro abre um precedente. Afinal, é a primeira vez que os EUA sancionam um misturador de criptomoedas.
Nos últimos meses, o país tem rastreado ciberataques ligados à Coreia do Norte. No mês passado, conforme noticiado pelo CriptoFácil, o FBI revelou que o Grupo Lazarus estava por trás do ataque de US$ 620 milhões contra a Ronin do Axie Infinity.
Além disso, em janeiro, a empresa de segurança cibernética Kaspersky alertou que a BlueNoroff, uma das unidades principais do Lazarus Group, havia usada em ataques de phishing em startups de criptomoedas.
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