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Maior mineradora de Bitcoin listada em bolsa pode declarar falência; entenda

A Core Scientific (CORZ), maior mineradora de Bitcoin (BTC) do mundo listada em bolsa, corre o risco de ficar insolvente e falir. De acordo com o último resultado trimestral enviado aos acionistas, as reservas da empresa estão no limite do fim.

Conforme os dados apresentados, a empresa vendeu praticamente todas as suas reservas de BTC ao longo de outubro. Por isso, a Core Scientific corre o risco de ficar sem caixa até o final do ano. O relatório alertou que a empresa pode declarar falência se não melhorar sua condição financeira.

O aviso divulgado na quinta-feira (27) causou um pânico generalizado entre os investidores, que se desfizeram das ações da CORZ. Como resultado, o preço do papel afundou e chegou a US$ 0,23, uma queda de impressionantes 77%.

Reservas quase no fim

A métrica que mais chamou atenção foi o nível da redução nas reservas de BTC da mineradora, que tinha 1.051 BTC em 30 de setembro. No entanto, os resultados mostram que em 26 de outubro a Core Scientific possuía apenas 24 BTC em caixa.

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Embora a mineradora tenha utilizado parte dos recursos das vendas de BTC para reforçar o caixa, não foi o suficiente. A situação é tão drástica que as reservas da mineradora são de apenas US$ 26 milhões, ou R$ 139 milhões na cotação atual.

Mas este valor não é suficiente para cobrir as despesas correntes mensais da companhia. O baixo nível de caixa, segundo a mineradora, indica que a empresa não tem condições de se manter. A Core Scientific estima que os recursos de caixa serão esgotados até o final do ano, possivelmente mais cedo.

“Existem dúvidas substanciais sobre a capacidade da empresa de continuar operando por um período de tempo razoável”, afirmou o comunicado.

A mineradora está explorando uma série de alternativas estratégicas para levantar capital adicional. Contratou Weil, Gotshal & Manges LLP como assessores jurídicos e PJT Partners LP como assessores financeiros.

Se as alternativas de aumento de capital falharem, a empresa pode ter que pedir proteção contra falência, disse a Core Scientific.

Sinais de falência

A mineradora começou a dar sinais de atenção nos últimos dias, afirmando que não fará pagamentos de empréstimos no final de outubro. Outras parcelas que vencem no início de novembro de 2022 também não serão pagas.

Os empréstimos dizem respeito a recursos para investir em capital imobilizado, sobretudo nos equipamentos de mineração, bem como outros financiamentos. Agora, os credores podem decidir processar a empresa por falta de pagamento ou tomam outras medidas.

No documento, a empresa disse que a desvalorização do BTC contribuiu para a situação financeira, como já era esperado. À medida que o preço do Bitcoin caía, o lucro da mineração também reduziu, afetando as ações de mineradoras listadas em bolsa.

Contudo, a empresa afirma que tem esperança de que os credores aprovem um plano de reestruturação da Core Scientific e, dessa forma, evitem que a empresa tenha que pedir falência

“Com o declínio substancial nos preços das plataformas de mineração em 2022, acreditamos que há uma chance significativa de os credores detentores dessa dívida decidirem se reestruturar em vez de tomar posse da garantia”, disse a Compass Point.

Otimismo de alguns

Com a situação delicada, as ações da CORZ sofreram uma forte pressão de venda e praticamente viraram pó. O BTIG, por exemplo, cortou a recomendação da ação de “compra” para “neutra”

“Esperamos que esse excesso de liquidez impeça a CORZ de expandir sua capacidade de hash e atrase a capacidade da empresa de garantir novos clientes de hospedagem. Isso obscurece as perspectivas de crescimento de curto prazo da empresa”, disse o banco de investimento.

Os problemas da Core Scientific refletem o momento delicado vivido pela indústria de mineração de Bitcoin, com as empresas espremidas entre altos custos de eletricidade e queda nos preços da criptomoeda. Um dos pares da Core Scientific, a Compute North, entrou com pedido de falência em setembro, pois acumulou uma dívida de até US$ 500 milhões a pelo menos 200 credores.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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