Dois projetos foram selecionados pelo acelerador de instrumentos financeiros, Lab, da ONG Climate Policy Iniciative (CPI) para serem desenvolvidos pelos próximos seis meses. As iniciativas são voltadas para o setor de agricultura sustentável no Brasil. Um deles usará a tecnologia blockchain em suas ações.
De acordo com uma matéria do Valor Econômico desta quinta-feira, dia 5 de março, ao todo, os projetos irão destravar US$2 bilhões em financiamentos em até dez anos.
Os projetos foram selecionados com base no grau de inovação do instrumento financeiro, na rápida viabilidade, na sustentabilidade financeira dos mecanismos e em outros aspectos.
Uma das iniciativas selecionadas é a “Sustainable Agriculture Finance Facility”, que usará a tecnologia blockchain em seu projeto. O objetivo é fomentar ações de integração lavoura-pecuária-floresta, uma técnica aplicada em 16 milhões de hectares no país. O projeto foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e pela Associação Rede ILPF.
Segundo as informações de José Pugas, da Rede ILPF, um mecanismo financeiro irá atribuir uma “nota sustentável” às propriedades que desejem receber o financiamento. Esse “rating” das propriedades será calculado com base em 120 indicadores socioambientais, agronômicos e econômicos. Esses parâmetros ajudarão a modelar as condições de financiamento. Além disso, será atualizado regularmente através do monitoramento por satélite, inteligência artificial e blockchain.
De acordo com o presidente da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa, Renato Rodrigues, a meta é levantar US$1 bilhão até 2030 para financiar os produtores brasileiros.
A outra iniciativa selecionada foi a Conexsus Impact Fund, criado pelo Instituto Conexões Sustentáveis, Conexsus. O programa pretende atender pequenas organizações rurais e florestais que já possuem práticas sustentáveis, mas que têm dificuldade de acessar o crédito.
O Conexsus atuará tanto na captação de recursos junto a investidores de impacto, quanto na assessoria dos projetos. O objetivo é levantar com investidores US$ 10 milhões em dez anos e alavancar US$1 bilhão em financiamentos.
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