O Banco da Rússia é o terceiro banco central este ano a ser alvo de ataque hacker, perdendo mais de 31 milhões de doláres das contas de correspondentes bancários.
Uma conta de um correspondente bancário, também conhecido como uma conta “Vostro”, é criada pelos bancos para liquidar as operações em nome dos seus clientes ou instituições financeiras parceiras. Na maioria dos casos, uma conta de um banco correspondente mantém os fundos dos clientes de primeira linha ou investidores de alto perfil do banco central.
Ekaterina Gelbova, funcionária do gabinete de imprensa do banco central russo, disse ao Wall Street Journal que a instituição ainda está para descobrir quando as contas de seus correspondentes tiveram os fundos roubados.
Embora o banco central tenha investido uma quantidade significativa de mão de obra e capital para corrigir vulnerabilidades no interior do sistema, ele não foi capaz de identificar detalhes do ataque. Artem Sychev, chefe do departamento de proteção e segurança do banco central, afirmou que o banco foi capaz de impedir que um adicional de 3 bilhões de rublos fossem roubados.
Em fevereiro, o banco central Bangladesh perdeu U$81 milhões, depois que o computador de um funcionário do banco central de Bangladesh foi comprometido por identidades não reveladas. Meses após o roubo, os funcionários do banco não conseguiram localizar o dinheiro, e a única informação que o banco foi capaz de descobrir, foi o fato que o dinheiro roubado foi extraído para as Filipinas.
Com vários bancos visados nos principais ataques hackers, que levaram à perda de centenas de milhões de dólares, o Fundo Monetário Internacional emitiu um alerta contra choques financeiros resultantes de falhas nas relações de correspondentes bancários.
A medida que hackers e criminosos desenvolvem softwares mais sofisticados e inteligentes para explorar sistemas bancários, a importância da segurança para redes e plataformas financeiras está se tornando a única prioridade para a maioria dos prestadores de serviços financeiros.
Se os bancos centrais continuarem a demonstrar essas vulnerabilidades e a incapacidade de lidar com esses ataques de hackers, a população em geral e os usuários de bancos irão se adaptar e mudar para redes de moeda digital criptografadas, seguras e confiáveis, como o Bitcoin.
Como foi o caso com o roubo do banco central do Bangladesh, os hackers ganharam acesso aos sistemas bancários ao invadir os computadores de funcionários de alto escalão dentro das organizações. Esta estrutura baseada na confiança dos bancos provou ser o principal fator por trás desses ataques.
Com base em todo o contexto aqui exposto, é preciso ressaltar que a premissa básica das criptomoedas é tratar-se de um sistema totalmente “trustless”, ou seja que funciona de maneira descentralizada de modo a garantir que cada indivíduo não dependa mais da confiança em suas relações com terceiros. Com isso, o que as criptomoedas propõem é que você seja seu próprio banco.
Essas tecnologias podem efetivamente impedir que usuários, empresas e investidores de alto perfil percam centenas de milhões de dólares em um furto.