Foto: Ia / Coinshares
Os produtos de criptomoedas, incluindo os ETFs, por exemplo, enfrentam uma onda de saídas de capital, impulsionada pela guerra comercial. De acordo com dados da CoinShares, US$ 798,2 milhões deixaram esses produtos cripto na última semana, com os investidores dos Estados Unidos respondendo por US$ 763 milhões do total.
Em meio ao cenário de incertezas gerado pela guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo (China e EUA), investidores estão repensando suas estratégias. Essa mudança tem impactado diretamente os produtos de cripto (ETFs, ETPs e outros fundos).
Dados compilados pela CoinShares mostram que na última semana as saídas representaram um total de US$ 798,2 milhões fluindo para fora dos produtos. Grande parte dessas retiradas foram de investidores dos EUA (US$ 763 milhões) e de produtos atrelados ao Bitcoin (US$ 751 milhões).
Embora os mercados europeus costumem agir de forma independente em relação aos EUA, desta vez acompanharam a tendência de retiradas. Os alemães, que normalmente se opõe aos movimentos dos investidores dos EUA, retiraram US$ 4,4 milhões entre 7 e 11 de abril. Assim, o país elevou suas saídas de ETFs para US$ 20,4 milhões no mês.
A mudança de postura alemã coincide com a decisão do país de flexibilizar suas regras fiscais para aumentar gastos militares, em resposta ao pedido de apoio do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O parlamento alemão aprovou medidas que devem liberar mais de € 600 bilhões (R$ 4 trilhões) em investimentos bélicos na próxima década.
O movimento de saída se estendeu a outros mercados-chave: a Suíça registrou retiradas de US$ 6,8 milhões. Enquanto isso, a Suécia liderou entre os europeus com US$ 11,9 milhões em resgates. Hong Kong, principal centro financeiro asiático, também seguiu a tendência, com US$ 11,2 milhões deixando os fundos cripto na última semana.
As tarifas impostas pelos EUA contra a Europa no chamado “Dia da Libertação” já haviam levado investidores europeus a retirarem US$ 54,4 milhões de produtos cripto. No entanto, isso ocorreu antes da suspensão parcial no dia 9 de abril. A medida de Trump parece ter aliviado temporariamente o mercado. Desde então, o Bitcoin subiu 10%.
Os investidores brasileiros, ao lado de australianos e canadenses, continuam na contramão do mundo. No período analisado, esses países realizaram aportes de US$ 200 mil, US$ 400 mil e US$ 2,1 milhões, respectivamente. Apesar da recente alta das criptomoedas, o mercado permanece sensível a desenvolvimentos geopolíticos. Se a trégua comercial entre EUA e Europa se consolidar, os fluxos podem se normalizar. Caso contrário, o volume de saídas pode aumentar.
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