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Ex-CEO da Celsius é condenado a 12 anos e token CEL dispara 12%

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O ex-CEO da Celsius, Alex Mashinsky, recebeu uma sentença de 12 anos de prisão nesta quinta-feira (8) por fraudes que levaram ao colapso da plataforma de empréstimos em criptomoedas. O juiz federal John George Koeltl, do Tribunal Distrital de Nova York, classificou o caso como um dos maiores esquemas de fraude da indústria.

Token de empresa extinta subiu 12%. Fonte: CoinGecko

Mashinsky, de 59 anos, havia se declarado culpado em dezembro de 2024 por duas acusações graves: fraude de commodities por enganar clientes sobre os riscos dos investimentos e esquema de manipulação do token CEL, nativo da Celsius. As investigações revelaram que o executivo lucrou pessoalmente enquanto ocultava um déficit financeiro de US$ 1,2 bilhão da empresa.

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A Celsius se posicionava no mercado como o “lugar mais seguro para suas criptomoedas”, oferecendo três produtos principais que atraíram milhões de usuários. O programa “Earn” prometia rendimentos generosos sobre os depósitos em criptomoedas, enquanto o serviço “Empréstimo” permitia que clientes obtivessem crédito usando seus ativos digitais como garantia. Já o programa “Custódia” garantia proteção para as criptomoedas depositadas.

Por trás dessa fachada de inovação financeira, no entanto, Mashinsky e sua equipe distorciam sistematicamente a realidade financeira da empresa. Eles ocultavam os riscos reais dos investimentos enquanto continuavam a atrair novos clientes com promessas de retornos sustentáveis e segurança. Essa estratégia agressiva de marketing fez a Celsius crescer rapidamente, chegando a administrar impressionantes US$ 25 bilhões em ativos em seu auge.

Manipulação de preço

O esquema fraudulento se estendia também ao token nativo da plataforma, o CEL. Durante anos, Mashinsky e outros executivos trabalharam para manipular artificialmente o valor dessa criptomoeda. Eles investiram centenas de milhões de dólares em compras no mercado aberto para inflar o preço do token, usando inclusive fundos dos próprios clientes para financiar essas operações – tudo sem o conhecimento ou consentimento dos investidores.

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Enquanto mantinham essa farsa, os executivos da Celsius vendiam secretamente suas próprias reservas de CEL a preços artificialmente altos, obtendo um lucro pessoal de US$ 48 milhões. A fraude foi tão evidente que o próprio diretor de receita da empresa, Roni Cohen-Pavon – que posteriormente também se declarou culpado – admitiu em conversas internas que o valor do CEL era completamente artificial, sustentado apenas pelos gastos milionários da empresa.

Mesmo quando os problemas financeiros da Celsius já eram evidentes, Mashinsky continuou a garantir publicamente que a plataforma era sólida e segura. Enquanto fazia essas declarações tranquilizadoras, ele retirou antecipadamente US$ 8 milhões de seus ativos pessoais da plataforma.

Processo de falência

A situação chegou a um ponto crítico em junho de 2022, quando a Celsius foi forçada a congelar todos os saques, deixando US$ 4,7 bilhões em ativos dos clientes completamente inacessíveis. A empresa não resistiu à crise e declarou falência apenas um mês depois, em julho de 2022, afetando diretamente 1,7 milhão de clientes em todo o mundo que confiaram suas economias à plataforma.

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Token da extinta Celsius Network sobe 12% após ex-CEO e ser condenado a 12 anos. Fonte: X.com

Em 2023, os administradores judiciais aprovaram a reorganização da empresa. No ano seguinte, a Celsius pagou mais de US$ 3 bilhões a mais de 250 mil credores. As autoridades dissolveram a Celsius em 2024, mas os liquidantes utilizaram parte dos ativos remanescentes para fundar a Ionic Digital, nova mineradora de Bitcoin.

Apesar da falência, o token continua sendo negociado em plataformas descentralizadas. Após notícia da prisão de Mashinsky, o token subiu mais de 12%. Ironicamente, o mesmo tempo em que Mashinsky ficará preso.

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Diego Vieira

Diego Vieira é um profissional destacado no setor de criptomoedas e blockchain, com uma sólida base educacional. Formou-se em Direito, especializou-se em Direito Tributário e cursa atualmente Bacharelado em Letras e Linguística, na Universidade Federal de Sergipe. Profissional versátil, Diego agora se dedica ajudar interessados a compreenderem os meandros do mercado cripto.