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Estados Unidos realizará 1º teste na saúde pública com tecnologia blockchain

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Para os especialistas em saúde pública, a habilidade de analisar e coletar corretamente um dado e tomar uma ação é primordial para conter a disseminação de uma epidemia mortal causada por uma nova doença ou vírus.

Mas, apesar dos grandes avanços na análise de grandes quantidades de dados (“big data”), o processo de coleta dessas informações leva, atualmente, uma enorme quantidade de tempo, informa Jim Nasr, chefe de arquitetura de software do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), braço do Departamento de Saúde do país responsável por impedir a disseminação de doenças e epidemias crônicas.

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Em busca de uma solução mais efetiva, Nasr está de olho na tecnologia da prova de conceito do blockchain, a qual ele acredita que poderá trazer maior rapidez e confiança na captura de dados epidemiológicos em situações de crises.

A agência irá discutir a aplicação do conceito com foco na vigilância de dados na saúde pública, junto a outros conceitos, em uma conferência de saúde distribuída, que será realizada em Nashville, nesta terça-feira, 26 de setembro.

Acontece que há muitas intervenções manuais envolvidas no processo, o que acaba gerando um enorme desperdício de tempo como um todo. No momento, trata-se de uma situação que pode levar meses para ser resolvida, mas a Blockchain pode tornar esse processo possível em apenas algumas horas, afirma Nasr.

Embora seja mais um de vários anúncios feitos pelo governo americano, o anúncio do CDC – devido ao perfil operacional – será o maior feito nos últimos anos. Em 2014, a organização foi duramente criticada pela sua lentidão em combater a epidemia de Ebola na África ocidental, na qual dezenas de pessoas contaminadas que não haviam sido identificadas receberam permissão de entrada nos Estados Unidos.

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Para melhorar sua habilidade de lidar com tais crises, a agência resolveu trabalhar na obtenção de mais dados em tempo real e de maior interoperacionalidade entre os seus sistemas.

O que vem através da perspectiva de um software é para chegar o mais próximo possível de uma entrega de dados em tempo real”, diz Nasr. “Se estivermos em tempo real, ou o mais próximo possível disso, então os resultados obtidos terão um impacto.

Mas, segundo ele, pode ser que a obtenção do “nirvana” dos dados em tempo real seja mais fácil de falar do que de fazer.

Portanto, ao invés de capturar e afunilar formas diferentes de dados, organizá-los, limpá-los, fazer a validação e por fim a análise, o CDC está de olho no processo de vigilância e verificação dos dados direto da fonte para, então, enviá-los para o blockchain.

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As gravações desses dados passarão a estar disponíveis não apenas para o CDC, mas para todos nós – farmácias, hospitais, órgãos de saúde pública – envolvidos nos combates a tragédias, os quais possam realizar o tratamento de pacientes de risco.

Se estou em Houston, exposto à água parada por dois ou três dias, e sujeito a algum vírus potencialmente mortal, esse processo pode determinar que preciso tomar determinadas vacinas ou remédios, e providenciar a autorização para isso.

Por que o blockchain?

As características únicas de grandes epidemias e as diferentes naturezas dos atores envolvidos – membros do CDC, governos locais, profissionais de saúde locais, etc – indicam que alternativas descentralizadas e dados em tempo real têm importância significativamente maior que alternativas testadas anteriormente.

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Nós tínhamos o Oracle e vários outros sistemas de banco de dados funcionando por várias décadas, e perdemos uma enorme quantidade de dinheiro no licenciamento e construção dessas coisas”, Nasr explica. “E como você mesmo pode contar, estamos próximos [do que uma solução de Blockchain pode prover].

Micah Winkelspech, CEO da Gem, empresa que provê serviços de saúde, reconhece que o paralelo entre a natureza descentralizada das operações de desastres naturais e o blockchain faz desse um importante uso da tecnologia.

“Em última instância, desastres naturais são redes distribuídas”, Winkelspecht continua. “Trata-se de um grupo de pessoas tentando resolver problemas de forma local, e do que eles mais precisam é uma forma realmente eficiente de compartilhar dados e informações uns com os outros para que possam fazer seu trabalho de maneira rápida.”

A Gem tem estado em colaboração com o CDC nisso e em outras provas de conceito via blockchain, em conjunto com a Microsoft, IBM e várias outras empresas. O CDC espera ter uma posição final sobre o projeto até o final desse ano, para executar o projeto junto a parceiros.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.